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quinta-feira, 10 de julho de 2014

FRIDA KAHLO

Transcendental, enigmático e único, assim é o estilo de se vestir que a pintora mexicana Frida Kahlo manteve ao longo de sua vida. Suas roupas exuberantes chamavam a atenção de todos nos encontros aos quais comparecia. Tendo no círculo de amigos nomes como Pablo Picasso e André Breton; além do revolucionário Leon Trotsky e do poeta Pablo Neruda, Frida se fazia notar não só pela personalidade forte, mas também pela excentricidade das suas roupas. Sua influência no mundo da moda foi tanta que Paul Gaultier resolveu resgatar o seu legado, assim como fizeram Dolce & Gabbana, Christian Lacroix, McQueen, entre muitos outros. Sua herança se converteu em uma extensa fonte de inspiração. Esse infográfico, que descreve as marcas de seu estilo, é uma amostra disso.

Frida Kahlo: A beleza em cada detalhe

Sua musa preferida era ela mesma, pois na hora de se vestir, Frida estudava os detalhes das combinações entre rendas, texturas e estampas diferentes com o mesmo cuidado que planejava a pintura de um de seus autorretratos. Kahlo projetava através de sua imagem características como força, independência, autonomia e vitalidade. Gostava de combinar a roupa com exageradas joias, xales e coroas de flores entrelaçadas nos longos cabelos. Colocava a sua alma em sua maneira de se vestir e procurava assim expressar através das roupas a força que faltava ao seu corpo fragilizado pela pólio e pelo fatídico acidente de trânsito pelo que passou. Ela demonstrava sem hesitar todo o seu amor pelo México e se orgulhava de seus vestidos de tehuana, blusas huipil e saias floridas. O impacto de seu estilo na época foi tamanho que a designer Elsa Schiaparelli chegou a criar um vestido em sua homenagem, o Robe Madame Rivera, naquela época.
Com as roupas, ela também escondia problemas físicos, a dor derivada das inúmeras cirurgias pelas quais passou, a solidão, a tristeza. Sua saúde a deixou inválida fisicamente e o seu companheiro, o pintor Diego Rivera, o fez emocionalmente. A maneira com que reagiu ao divórcio foi mais uma prova de como seu estilo era um espelho de sua condição psicológica. Depois da separação, renunciou provisoriamente àquilo que o ex marido mais amava nela: a feminilidade de ruas roupas. Frida cortou o cabelo, passou a vestir trajes de homem e celebrou assim o luto da união perdida por um bom tempo. Quando precisava se renovar, ela alterava também seu estilo de se vestir. Suas icônicas sobrancelhas, por exemplo, não deixavam ninguém indiferente e viraram marca registrada da artista. Em uma carta que escreveu para seu ex-marido Diego Rivera, confessou uma vez com orgulho e satisfação: “Em todas as reuniões que eu assistir e onde eu estiver, o foco é sempre eu: meus lindos trajes bordados de indígena com meus cocares de flores e minha invalidez”.

Um legado para a cultura contemporânea

O legado de Frida é um reflexo dela mesma: um tesouro artístico difícil de categorizar, mas fácil de interpretar. Nos últimos 20 anos a imagem de Frida Kahlo e sua influência foram incorporados ao mundo pop. As coroas de flores são peça registrada no estilo de Lana del ReyMadonna, em entrevista à revista Vanity Fair, confessou ser Frida a sua artista predileta; a banda Cold Play intitulou um disco de Viva la Vida, com base em um quadro da pintora; Emeli Sandlé tem no braço uma imagem de Frida e participou do documentário Under My Skin, onde narra a vida da mexicana… São incontáveis as marcas dela na cultura atual e também os registros de sua presença em esferas como a música, a literatura, as artes plásticas e a moda. Frida é mais do que um grande talento e fonte de inspiração, é um símbolo de como o estilo de se vestir pode se transformar em uma arte por si próprio.

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