CONTADOR

sábado, 26 de abril de 2014

ARTE CONTEMPORÂNEA

LEONID AFREMOV




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BEATRIZ MILHAZES 


FELIPE MUNIZ PALHANO



QUIM ALCANTARA





VIK MUNIZ

Arte Contemporânea   Três artistas plásticos brasileiros que você precisa conhecer: Beatriz Milhazes, Vik Muniz e Romero Brito




BASQUIAT


CHICO LISBOA



POLLOCK



WILLEM DE KOONING






Arte contemporânea, reunião de uma notável diversidade de estilos, movimentos e técnicas. Essa ampla variedade de estilos inclui a penetrante pintura realista Gótico americano (Grant Wood, 1930, Art Institute of Chicago, Illinois), que retrata um casal de agricultores do Centro-oeste americano e, ainda, os ritmos abstratos da tinta salpicada da pintura Preto e branco (Jackson Pollock, 1948, acervo particular). No entanto, mesmo que fosse possível dividir a arte contemporânea por obras figurativas, como o Gótico americano, e por obras abstratas, como Preto e branco, encontraríamos uma surpreendente variedade de estilos dentro dessas duas categorias.

Da mesma forma que o Gótico americano, pintado com precisão, é figurativo, a Marilyn Monroe (Willem de Kooning, 1954, acervo particular) pode ser considerada figurativa, apesar de suas pinceladas largas mal sugerirem os rudimentos de um corpo humano e características faciais.

O abstracionismo, além disso, apresenta uma série de abordagens distintas: desde os ritmos dinâmicos de Pollok em Preto e branco à geometria de ângulos retos da Composição em vermelho, amarelo e azul (Piet Mondrian, 1937-1942, Tate Gallery, Londres), cujas linhas e retângulos sugerem a precisão mecânica da máquina.

Outros artistas preferiram uma estética da desordem, como no caso do artista alemão Kurt Schwitters, que misturou jornais, selos e outros objetos para criar a Imagem com um centro luminoso (1919, Museu de Arte Moderna, Nova York).

Assim, o século XX apresenta mais do que variedade de estilos. Foi no período moderno que os artistas produziram pinturas não somente com materiais tradicionais, como o óleo sobre tela, mas também com qualquer material que estivesse disponível. Essa inovação levou a criações ainda mais radicais, como a arte conceitual e a arte performática. Com isso, ampliou-se a definição de arte, que passou a incluir, além de objetos palpáveis, idéias e ações.


CARACTERÍSTICAS DA ARTE CONTEMPORÂNEA






Devido a essa diversidade, é difícil definir a arte contemporânea incluindo toda a arte produzida no século XX. Para alguns críticos, a característica mais importante da arte contemporânea é sua tentativa de criar pinturas e esculturas voltadas para si mesmas e, assim, distinguir-se das formas de arte anteriores, que transmitiam idéias de instituições políticas ou religiosas poderosas.

Já que os artistas contemporâneos não eram mais financiados por essas instituições, tinham mais liberdade para atribuir significados pessoais às suas obras. Essa atitude é, em geral, denominada como arte pela arte, um ponto de vista quase sempre interpretado como arte sem ideologia política ou religiosa.

Ainda que as instituições governamentais e religiosas não patrocinassem a maioria das artes, muitos artistas contemporâneos procuraram transmitir mensagens políticas ou espirituais. O pintor russo Wassily Kandinsky, por exemplo, achou que a cor combinada com a abstração poderia expressar uma realidade espiritual fora do comum, enquanto que o pintor alemão Otto Dix criou obras de cunho abertamente político que criticavam as diretrizes do governo alemão.

Outra teoria defende que a arte contemporânea é rebelde por natureza e que essa rebeldia fica mais evidente na busca da originalidade e de vontade de surpreender. O termo “vanguarda”, aplicado à arte contemporânea com freqüência, vem da expressão militar avant-gard — que em francês significa vanguarda — e sugere o que é moderno, novo, original ou avançado.

Muitos artistas do século XX tentaram redefinir o significado de arte ou ampliar a definição de modo a incluir conceitos, materiais ou técnicas jamais antes a ela associadas. Em 1917, por exemplo, o artista francês Marcel Duchamp expôs uma produção em massa de objetos utilitários, inclusive uma roda de bicicleta e um urinol, como se fossem obras de arte.




Nas décadas de 1950 e de 1960, o artista americano Allan Kaprow usou seu próprio corpo como veículo artístico em espetáculos espontâneos que, segundo ele, eram representações artísticas. Nos anos 1970, o artista americano que seguia o estilo do earthwork, Robert Smithson, usou elementos do meio ambiente — terra, rochas e água — como material para suas esculturas. Como conseqüência, muitas pessoas associam a arte contemporânea com aquilo que é radical e perturbador.
Ainda que a teoria da rebeldia pudesse ser aplicada para explicar a busca por originalidade que motivava um grande número de artistas do século XX, seria difícil aplicá-la a um artista como Grant Wood, cuja obra Gótico americano rejeitou claramente o exemplo da arte de vanguarda de sua época.

Outra característica fundamental da arte contemporânea é o seu fascínio pela tecnologia moderna e a utilização de métodos mecânicos de reprodução, como a fotografia e a impressão tipográfica. No início da década de 1910, o artista italiano Umberto Boccioni procurou glorificar a precisão e a velocidade da era industrial em suas pinturas e esculturas. Por volta da mesma época, o pintor espanhol Pablo Picasso incorporou às suas pinturas uma nova técnica, a colagem, que usava recortes de jornais e outros materiais impressos.

Seguindo a mesma linha, porém, outros artistas contemporâneos buscaram inspiração nos impulsos espontâneos da arte infantil ou na exploração das tradições estéticas tradicionais de culturas que não fossem industrializadas ou ocidentais. O artista francês Henri Matisse e o suíço Paul Klee foram influenciados por desenhos de crianças; Picasso observou de perto máscaras africanas e Pollock desenvolveu sua técnica de salpicar tinta sobre a tela, inspirando-se nas pinturas com areia dos índios norte-americanos.

Sob outra perspectiva, porém, afirma-se que a motivação básica da arte contemporânea é criar um diálogo com a cultura popular. Com essa finalidade, Picasso colou pedaços de jornal em suas pinturas, Roy Lichtenstein transportou tanto o estilo quanto o tema das histórias em quadrinhos para suas pinturas e Andy Warhol fez a representação das sopas enlatadas Campbell. No entanto, ainda que derrubar as barreiras entre a arte de elite e a cultura popular seja algo típico de Picasso, de Lichtenstein e de Warhol, não é típico de Mondrian, Pollock ou da maioria dos abstracionistas.

Cada uma dessas teorias é convincente e poderia explicar as muitas estratégias usadas pelos artistas contemporâneos. No entanto, até mesmo essa breve análise mostra que a arte do século XX é diversa demais para se encaixar em qualquer uma de suas muitas definições. Cada teoria pode contribuir para resolver uma parte do quebra-cabeça, mas nenhuma delas em separado representa a solução.

ORIGENS

A arte impressionista do final do século XIX antecipou muitas das características da arte contemporânea. Elas incluem a idéia da arte pela arte, a ênfase na originalidade, a exaltação da tecnologia moderna, o fascínio pelo primitivo e o compromisso com a arte popular.


PRIMEIRAS DÉCADAS DA ARTE CONTEMPORÂNEA

Os historiadores da arte têm relacionado a fragmentação da forma na arte do fim do século XIX e início do XX à fragmentação da sociedade da época. As crescentes realizações tecnológicas da Revolução Industrial ampliaram a distância entre as classes média e trabalhadora.

As mulheres lutavam por direitos de igualdade e de voto. A visão da mente, apresentada pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, estipulava que a psique humana, longe de estar unificada, era repleta de conflitos e contradições emocionais. A descoberta da radiografia, a teoria da relatividade de Albert Einstein e outras inovações tecnológicas sugeriam que a experiência visual já não correspondia mais à visão de mundo da ciência.

Várias formas de criatividade artística refletiram essas tensões e desenvolvimentos.

Na literatura, James Joyce, T. S. Eliot e Virginia Woolf experimentaram novas estruturas narrativas, gramática, sintaxe e ortografia. Na dança, Sergei Diaghilev, Isadora Duncan e Loie Fuller revolucionaram em figurinos e coreografias pouco convencionais.

Na música, Arnold Schönberg e Igor Stravinski compuseram obras que não dependiam da estrutura melódica tradicional. A música, além de ter sido uma das artes em que mais foram feitas experiências, transformou-se na grande fonte de inspiração para as artes visuais.

No final do século XIX e no começo do XX, muitos críticos de arte foram influenciados pelos filósofos alemães Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche, que haviam proclamado que a música era a mais poderosa de todas as artes, já que causava emoções por si, e não através da imitação do mundo. Muitos pintores do movimento simbolista do final do século XIX, como Odilon Redon e Gustave Moreau, tentaram superar o poder de sugestão direto da música, pintando formas abstratas, realidades mais imaginárias do que o observável. Redon e os simbolistas criaram as bases para a arte abstrata.


NOVA OBJETIVIDADE

Após a destruição sem precedentes causada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918), alguns artistas perderam sua fé na arte abstrata. Muitos deles passaram a acreditar que ela parecia fútil e superficial em um momento em que milhões de pessoas morriam, cidades inteiras sofriam com a escassez de alimentos, a corrupção política florescia e os soldados mutilados na guerra retornavam.

Na Alemanha, os artistas pertencentes a um movimento conhecido como Neue Sachlichkeit (Nova objetividade) acreditavam que, para abordar esses problemas, a arte não deveria se dissociar da experiência da vida quotidiana, perseguir ideais filosóficos abstratos ou investigar a psicologia individual de seu criador.

Esses artistas, entre eles George Grosz e Otto Dix, defendiam uma volta a modos de representação mais tradicionais, além de um comprometimento direto com as questões sociais e políticas urgentes da época. O Vendedor de fósforos (1920, Staatsgalerie, Stuttgart), de Dix, por exemplo, rejeita o cubismo, o expressionismo e a abstração em favor de um tipo de representação de compreensão mais imediata.

Ao abordar o tratamento insensível concedido a soldados que tinham arriscado suas vidas por sua pátria, essa pintura mostra um soldado mutilado vendendo fósforos em uma rua enquanto é claramente ignorado pelos passantes. Dix sabia que o tratamento oferecido aos veteranos de guerra dependia de sua classe social. Assim, sua pintura não apenas denunciava a guerra de um modo geral, mas também as tensões sociais específicas que dividiam a Alemanha na época.

A ARTE CONTEMPORÂNEA APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Ainda que a Europa tenha sido o centro reconhecido da arte contemporânea na primeira metade do século XX, hoje a maioria dos críticos concorda que após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve um deslocamento para os Estados Unidos. Nos anos 20 e 30, muitos artistas americanos, inclusive Charles Demuth, Arthur Dove, Marsden Hartley e John Marin, tentaram adotar elementos do cubismo ou do futurismo em suas obras. Mas esses movimentos eram originalmente europeus e foram considerados essencialmente estranhos aos Estados Unidos.

Na década de 1930, alguns artistas norte-americanos revoltaram-se contra as influências européias na arte americana. O Gótico americano, de Grant Wood, é uma obra típica de um movimento conhecido como regionalismo, cujo objetivo era valorizar o tipicamente americano, usando um estilo que evitasse qualquer referência ao modernismo europeu. Para outros artistas norte-americanos, os arroubos regionalistas somente poderiam prejudicar a arte.


DESENVOLVIMENTOS DO PÓS-GUERRA NA EUROPA

À medida em que o abstracionismo evoluía na América, outros movimentos semelhantes surgiam na Europa. O Art informel, termo usado para distinguir a abstração gestual da abstração geométrica na Europa, está relacionado em primeiro lugar ao artista francês Pierre Soulages, além de Hans Hartung Wols, dois artistas que nasceram na Alemanha, mas trabalharam na França.

Assim como os abstracionistas, esses artistas enfatizavam o gesto do pintor, a pincelada, além das qualidades físicas da tinta, especialmente sua textura. Assim, procuravam dar a impressão de pura espontaneidade, sem preparação artística ou cálculos. Dentro do art informel havia um grupo chamado tâchistes (da palavra francesa tâche, que significa "mancha" ou "borrão"). O poeta e pintor belga Henri Michaux e o pintor francês Georges Matthieu estavam entre os tâchistes mais importantes.

As telas grandes de Matthieu misturavam cores intensas com um estilo abstrato que tomava como base as linhas, a pincelada e o interesse pela caligrafia asiática. Matthieu concebeu suas obras rapidamente, às vezes até mesmo em público, valorizando a liberdade do artista para pintar sem idéias preconcebidas e sem atingir um resultado previsível.

Alguns críticos associavam essa qualidade com o existencialismo. A preocupação com a textura física é evidente no art informel e no tâchisme e também aparece nas obras do pintor francês Jean Dubuffet. Mas, ao contrário de seus colegas que também produziam arte abstrata, Dubuffet enfocava a figura humana e se inspirava na arte das crianças, dos loucos e de outros que ele acreditava desprovidos de influencias culturais corruptoras. Denominou seu estilo de art brut (em francês, arte bruta) e, desde então, esse termo é utilizado para se fazer referência à arte de Dubuffet.

Assim como muitos artistas contemporâneos anteriores, ele procurava inspiração em fontes alheias à tradição ocidental. Rejeitava a idéia de que a arte devesse ser esteticamente agradável ou, apenas, ilustrar a realidade visual. Seu estilo de desenho, deliberadamente seco, enfatizava um processo de criação lento e difícil. Desse modo, rejeitava a facilidade e a impulsividade dos pintores abstratos em favor de uma arte mais primitiva, crua e bruta.


NOVAS FORMAS DE ARTE

Nas décadas de 1960 e de 1970, vários movimentos surgiram para tentar libertar a arte da influência do mercado artístico, sistema no qual as obras de arte se transformavam em mercadorias para serem compradas e vendidas como investimento financeiro.

Um grupo de artistas, às vezes chamado de pós-minimalista, queria criar formas que tivessem um período de vida curto demais para serem vendidas. O escultor Richard Serra, por exemplo, jogou chumbo derretido em um canto da Galeria Leo Castelli, em Nova York, para uma série de obras chamada Splashing (1968). Seu objetivo não era apenas produzir uma arte efêmera, que não fosse vendável, mas também expressar as propriedades inerentes do metal líquido, que passaram a ser visíveis apenas quando esse material entrou em atividade.

Os artistas Robert Smithson, Michael Heizer, Walter De Maria e Nancy Holt também se engajaram no movimento de incorporar as forças da natureza à uma obra de arte. Esses artistas decidiram levar suas obras para o ar livre e criar o que ficou conhecido como earthworks (ver Arte e arquitetura dos Estados Unidos). Ao invés de pincéis ou lápis, usavam máquinas de terraplanagem e outros equipamentos para transformar a terra em formas esculturais gigantescas. A obra Spiral Jetty (1970), de Smithson, por exemplo, era uma gigantesca espiral de terra, pedra e cristais salinos que se estendia nas margens do Grande Lago Salgado, em Utah. Essa obra não era apenas grande demais para ser comprada ou vendida, como também vulnerável às forças da natureza, como a chuva, o vento e a erosão.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

PINTURAS DE JOLENE LAI


por Luciana Oliveira de Assis

A artista Jolene Lai é de Cingapura e atualmente vive e trabalha em Los Angeles, onde tem seu ateliê. Suas pinturas são um misto da melancolia humana com cores muito vívidas em paisagens emocionais de felicidade e tristeza.
Seu trabalho é altamente detalhado, utilizando materiais como óleo sobre tela ou técnica mista sobre papel aquarela, combina elegância gráfica com um estilo de pintura hiper-realista, inspirando-se em contos de fadas e histórias reais.
O interesse da artista nesta coexistência de claro e escuro, realidade e fantasia, resultam em seu imaginário freak e meigo ao mesmo tempo . O espectador fica com a sensação de ter entrado um belo mundo ao mesmo tempo remoto e estranhamente próximo.

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Acesse o site oficial da artista.

A ARTE DE VERDEE

A ARTE DE VERDEE


por Eliene Sa

Thiago Verdeee tem 28 anos, nasceu no sertão da Paraíba, mas mora em São Paulo a mais de 6 anos. Autodidata o artista inspira-se na essência da street art, apresenta uma proposta de colagem das artes visuais em materiais reaproveitados que representam outras veias artisticas como: música, cinema e literatura. Verdeee mergulha nesse universo e defende uma arte moderna, irreal, que se comunica diretamente com o público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca a cultura das massas e a vida cotidiana.

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Zupi: Conte-nos um pouco sobre como a arte virou trabalho para você.
Verdeee: “Desde criança sabia que ia ser artista, nunca me interessei por mais nada na vida e de onde sai pensar em ser artista é algo que é cortado desde cedo pela família, mesmo assim sempre temos grandes gênios saindo de lá, me orgulho disso.
Trabalho com arte profissionalmente desde 2006 e hoje em dia tenho meu atelier/estúdio em casa onde pretendo me dedicar integralmente, mas é algo muito difícil sempre há uma certa insegurança, porém não posso acreditar nessas barreiras financeiras elas aparecem se você dá espaço…
Nunca quis estudar artes por uma opção pessoal, acredito fielmente que não estaria fazendo o que faço hoje se tivesse me formado alguma faculdade. Os professores teriam tirado isso de mim sabe? É algo meu, só cabia a mim decidir, sempre acreditei que preciso fazer as coisas do meu modo, desenvolvendo técnicas e conceitos e isso implica muitas vezes a uma má interpretação do que faço e a caminhos longos, cheio de dificuldades mais que o habitual. Mas estou feliz em ter me descoberto sozinho hoje em dia eu não teria insegurança com estudos acadêmicos, assaltaria todo.”
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Zupi:O que foi que inspirou você a criar a exposição Trago Seu Amor de Volta Em 3 Dias?
Verdeee:  “Sem dúvida o meu lado místico e os cartazes de trabalhos espirituais e toda origem de pensamento que os cerca, como eles são populares hoje em dia e estão presente nas ruas de todo país ao lado de grafittis e as intervenções de rua, foi quando me dei conta que estamos vivendo uma espécie de “Renascimento das Artes Mágicas” que foram tão massacradas ao longo dos séculos e continuam sendo tabus na atualidade. 
Acredito que está acontecendo o mesmo que ocorreu com as artes e literatura na idade média. Basta ver os filmes, livros e músicas. Esse pensamento está sendo resgatado e ampliado por artistas contemporâneos.
Eu também quero propagar isso e mostrar quão sofisticado e atual esse pensamento antigo é. Todo pensamento artístico tem uma ligação original com essa fonte, sem dúvida seria impossível fazer o que fazemos hoje em dia com as artes, sem parar em uma fogueira ou ser torturado pelo malleus maleficarum.
Sabe quando olhamos um quadro ou ouvimos uma canção que nos toca no fundo da alma? Essa coisa extra física que nos arrebata a alma? É a Arte Mágica gritando sua existência, fazendo conexões, refinando nosso espírito e nos evoluindo com arte.”
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Zupi: Quais são os artistas e estilos que mais te inspiram?
Verdeee: Minha técnica padrão é a colagem, alteração, apropriação e manipulação de imagens, algo que vem da linhagem de artistas como Richard Prince e Rauschenberg. Acredito que minha arte nasce na Pop Art do inicio dos anos 60, mas está longe de discutir os mesmos temas, com exceção da cópia, reprodução e apropriação massificada, algo que ainda é delicado nos tempos de hoje pois precisamos entender que ninguém e dono do intelecto.
Vejo novos artistas como o Banksy que em textos sublimes “copyright is for the losers” cita todas essas questões.
Hoje em dia estamos contra quem realmente desfigura nossos bairros com slogans gigantes em prédios e ônibus tentando fazer com que nos sintamos inadequados se não comprarmos seus produtos. Elas tem direito de gritar sua mensagem na cara de todo mundo, sem que ninguém tenha o direito de resposta… é esse o pensamento que se instaura atualmente.
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Mas se eu quero usar a mesma mensagem para revidar, sou processado por “uso ilegal de imagem”. O intelecto está ameaçado por megas corporações e minha geração está aqui pra sabotar e se infiltrar nesse sistema que infelizmente ainda consegue ludibriar muitos artistas que estão em uma cilada! Só a evolução de pensamento pode nos tirar disso, existe algo maior para se discutir, algo maior que cifras e poder, precisamos evoluir nossas mentes. A liberdade está maquiada pelo capitalismo,precisamos de uma revolução espiritual para ontem.
Gosto de pensar que estamos contra a cultura dos direitos autorais como são estabelecidos hoje em dia… Isso é uma farsa para a máquina lucrar, pois quem está a frente desses processos não são verdadeiros artistas e sim advogados e empresários que de nada sabem sobre arte e sua sublime aura.
Assim como é citado no documentário: “RiP: A Remix Manifesto” meu pensamento foca no Copyleft, na cultura Sampler.
É o que eu faço e acredito. Busco no passado para projetar meu futuro artístico, é no passado que moram as soluções para o nosso futuro… Acredito que a internet está sendo um divisor de pensamentos nesse aspecto, a arte é para todos e não de uma mega corporação … assim como aconteceu no mercado fonográfico, quem não está atento as novas mudanças perderá completamente a batalha. o bem sempre permanecerá pra quem acredita.”
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Zupi:Você sempre trabalha com técnicas de colagens ou trabalha com outros estilos de arte?
Verdeee: “Além da colagem, faço desenhos em papel e madeiras que acho no lixo e gosto de utilizar Shoyo e café para colorir. Também tenho outro trabalho paralelo com música, algo que está em um estágio embrionário, pois decidi desenvolver todos os meus instrumentos artesanalmente (acústicos e eletrônicos) criar tudo do zero para conseguir ter algo personificado. Acredito que não existe divisão nas Artes, sabe? tudo que eu faço é tentar me expressar e quando um meio não cabe, busco outro. Não acredito que deveria existir divisões de categorias, tudo isso é uma grande bobagem, parece uma forma fácil de vender. Me considero um artista e ponto final, não importa se é com pintura,música, fotografia,cozinha etc,etc
O mais importante e resgatar as pessoas para um mundo melhor desse que vivemos atualmente, sem dúvida a arte e um despertar sem volta, todos nós podemos ser artistas.”
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Zupi: Se sua arte pudesse mandar uma mensagem em poucas linhas qual seria?
Verdeee: “Creio que camuflado nas cores e imagens tão belas, quero despertar as pessoas para o que sinto e vejo sobre o mundo e a vida que costumamos ver e acreditar… Não há limites para nossa evolução quando falamos sobre o Amor… Quero trazer o Amor de volta, não em 3 dias mas sim para ficar.
Matamos o nosso planeta, e parte de minha geração está empenhada a mudar isso. Em dias como os de hoje resgatar esse sentimento nas pessoas é uma guerra travada ao estilo de vida moderno alienado e consumista onde o Capitalismo tornou-se o novo e egocêntrico Deus dos espíritos inferiores.”

Para ver outros trabalhos do Verdeee clique aqui

A GÊNESE DE UM ARTISTA


Mineiro de Aimorés, nascido em 8 de fevereiro de 1944, antes de aventurar-se pelo mundo da fotografia, Sebastião Salgado formou-se em economia (tendo inclusive o título de doutor na área, conquistado em Paris). Ainda na Europa, Salgado trabalhou na Organização Internacional do Café, em Londres. Em uma de suas viagens a trabalho, resolveu experimentar e criar seu primeiro ensaio fotográfico, clicando os cafezais africanos, utilizando um equipamento de sua esposa. Na ocasião, ele percebeu que essa seria a melhor maneira de apresentar a situação econômica de diversos lugares e trocou, então, os relatórios e estudos estatísticos pela fotografia.




Foi então que em 1973, com 29 anos, ele iniciou sua carreira como fotojornalista. Sua primeira foto estampada em jornais do mundo todo foi o registro do atentado a tiros que Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, sofreu em Washington, em 1981.


Já em 1986, ele lança seu primeiro livro, Autres Ameriques (que chegou ao Brasil em 1999, com o título Outras Américas), com o material que colheu de 1977 a 1984, documentando as condições de vida dos camponeses e dos índios da América Latina. Neste trabalho, que exigiu sete anos de dedicação, o fotógrafo percorreu Chile, Bolívia, Peru, Equador, Guatemala, México e o nordeste brasileiro.


Ainda na década de 80, Salgado acompanhou a ONG Médicos Sem Fronteiras numa expedição à África, retratando a brava seca da região, que resultou em Sahel El Fin del Camino, publicado em 1988.


Entre 1986 e 1992, também em passagem por vários lugares, Sebastião produziu Trabalhadores, onde as duras condições de homens e mulheres que desenvolvem afazeres manuais, utilizando-se apenas da força do corpo, foram registrados.




Em 1994, com sua esposa, fundou a Amazonas Imagens, uma agência de imprensa fotográfica que trabalha exclusivamente sua produção e obra. Em 1997, quatro anos após a publicação de Trabalhadores no exterior, o livro começa a ser vendido no Brasil. No mesmo ano, chega ao país Terra, com imagens feitas em terras tupiniquins entre 1980 e 1996 e com prefácio do escritor português José Saramago. O projeto, que conta ainda com um CD com quatro canções de Chico Buarque, mostra diversos personagens que vivem excluídos socialmente: mendigos, crianças de rua, presidiários, garimpeiros e trabalhadores rurais. A capa, com a imagem de uma garotinha de 5 anos de profundo olhar, é parte da grande captação de material fotográfico feita dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, que receberam os direitos autorais da edição brasileira do projeto.




Do maior garimpo a céu aberto do mundo, no Pará, Sebastião produziu Serra Pelada, lançado no Brasil em 1999. A mina, de mesmo nome do livro, foi a grande fonte da movimentação da economia brasileira dos anos 80. As imagens, feitas no auge da exploração daquela terra onde milhares de trabalhadores garimpavam sem máquinas, tiveram grande repercussão mundial e serviram de inspiração para produções cinematográficas e televisivas nacionais.




O trabalho seguinte, Exôdos, segundo o próprio autor, consiste na história da humanidade em trânsito, de personagens que migraram de suas terras natais, refugiaram-se ou exilaram-se por conta da guerra, da pobreza, das situações de risco e de outras inúmeras mazelas. De 1994 a 1999, ele percorreu 45 países e registrou os conflitos e dilemas dessas populações. Nessas viagens, o fotógrafo se deparou com uma infinidade de crianças, que sempre solicitavam seus registros fotográficos. Baseado na pergunta “Como é possível uma criança sorridente representar o infortúnio mais profundo?”, ele concebeu Retratos de crianças do êxodo. Ambas as publicações, lançadas em 2000, mais uma vez alcançaram o mundo, inclusive por meio de uma exposição, que também passou pelo Sesc Pompeia, no mesmo ano.


Porém, enquanto realizava este trabalho, o fotógrafo viveu um de seus piores momentos; diante de tanta brutalidade, tanta morte e miséria, Sebastião Salgado adoeceu. Infecções por todo corpo, oriundas de um estado depressivo, fizeram-no desistir de fotografar. Neste hiato, ele resolveu voltar ao local onde nasceu. A propriedade que era de seus pais, o paraíso do fotógrafo quando criança, estava tão doente quanto ele próprio. Decidiu, portanto, adquirir a fazenda e começou um novo projeto: reconstruir aquele espaço. A ideia deu tão certo que a fazenda foi transformada em parque nacional e Salgado e sua esposa fundaram o Instituto Terra, organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento sustentável da região do Vale do Rio Doce.


Em 2001, ao retomar suas atividades, o fotógrafo iniciou O Fim da Pólio, série de fotos feitas em campanhas de vacinação na Somália, Sudão, Índia, República Democrática do Congo e Paquistão, documentando os esforços da Organização Mundial da Saúde e da UNICEF, trazendo sua arte para a Campanha Mundial de Erradicação da Pólio. Além das imagens, o livro, publicado em 2003, traz uma cronologia do combate à doença e depoimentos de médicos e colaboradores das campanhas.




Lançado no Brasil em 2004, Um Incerto Estado de Graça, reproduz várias imagens feitas pelo fotógrafo entre 1974 a 1987, divididas em quatro seções: o fim do trabalho manual; imagens diversas; fome no Sahel; e América Latina. As fotografias têm as legendas escritas pelo escritor uruguaio Eduardo Galeano e o ensaio final por Fred Ritchin (ex-editor de imagem do The New York Times).


No ano seguinte, 2005, O Berço da Desigualdade denuncia a crise do sistema educacional brasileiro e de países como o Quênia, Afeganistão e Peru. As fotos, registradas durante três décadas pelo fotógrafo, foram legendadas por Cristovam Buarque, atual senador e ex-ministro da educação.




O continente africano, sempre presente na rota do fotógrafo, ganhou uma publicação exclusiva em 2007, intitulada África. Dividida em três partes, por regiões, foi onde, pela primeira vez, Sebastião expôs imagens de paisagens – já dando início ao seu próximo projeto, o grandioso Gênesis.


Neste último projeto, segundo o próprio fotógrafo, “nossa missão consistia em encontrar paisagens terrestres e marinhas, animais e comunidades antigas que tinham escapado ao braço comprido – e frequentemente destrutivo – do homem moderno”.


Em oito anos (2004-2012), o fotógrafo (junto de sua equipe, composta por oito pessoas) visitou mais de 30 lugares diferentes – basicamente as regiões mais remotas do planeta, de difícil acesso. As viagens, feitas em pequenos aviões, helicópteros, mulas, balões, barcos, canoas e longas caminhadas (a mais longa, de 850km, durou 55 dias), resultaram em mais de 240 imagens, que foram divididas em cinco seções, de forma a facilitar o entendimento do modo que a natureza funciona.




Planeta Sul: as paisagens congeladas e os animais da Antártica , do Sul da Geórgia, as Falklands/Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas Sandwich.

Santuários: as paisagens vulcânicas, a fauna , as populações, a vida selvagem e a vegetação dos diferentes ecossistemas das Ilhas Galápagos, Nova Guiné, Irian Jaya, os Mentawai da Ilha Siberut e Madagascar.

África: a vida selvagem, os animais, a população tribal, os desertos e as antigas comunidades do Delta de Okavango, na Botswana, da Ruanda, do Congo e Uganda, da Namibia, Sudan, Líbia, Argélia e Etiópia.

Terras do Norte: as paisagens naturais, a vida animal e indígena do Alasca e do Colorado, nos Estados Unidos, do Canadá, da Rússia e da Sibéria.

Amazônia e Pantanal: a enorme floresta tropical, o Rio Amazonas e a vida de tribos indígenas brasileiras.


A seguir você pode ver a natureza através dos olhos azuis de Sebastião Salgado:



A ideia de Salgado e sua esposa Léia é a de que Genesis desperte e estimule nas pessoas a consciência para a conservação do meio ambiente que, segundo eles, está implorando por nosso cuidado e atenção.


Do livro, veio a ideia da exposição Genesis | Fotografias de Sebastião Salgado, em cartaz no Sesc Santo André até março. A montagem, inaugurada em abril do ano passado em Londres, já passou pelo Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e pelo Sesc Belenzinho, antes de chegar ao ABC paulista; e no roteiro ainda estão diversas outras cidades, de vários países.


O fotógrafo acredita que Genesis é seu último grande trabalho, pois a demanda física que seus projetos exigem é muito grande para alguém de 69 anos de idade. Ele afirma que não parará de produzir – mas sempre em preto e branco, característica presente em todos os seus trabalhos. O fotógrafo conta que todas as imagens são produzidas em cores e apenas no processo de revelação é que elas ganham a tonalidade que se tornou sua marca.




Adepto da fotografia digital há pouco tempo (durante quase 40 anos ele apenas trabalhou com película), o brasileiro já conquistou os mais importantes prêmios da área, como o de Melhor Repórter Fotográfico do Ano, oferecido pelo International Center of Photography de Nova York, e o Grand Prix da Cidade de Paris.


Todos os livros, segundo seu site:
Sahel: L'Homme en Détresse , Centre National de la Photographie. Para «Médecins Sans Frontières». França,1986.
Other Americas, Pantheon Books, EUA, 1986.
Autres Amériques, Editions Contrejour, França, 1986.
Otras Americas, Ediciones ELR, Espanha, 1986.
Outras Américas, Companhia das Letras, Brasil, 1999.
Sahel, El Fin del Camino, Comunidad de Madrid, para Medicos Sin Fronteras, Espanha, 1988.
Sahel, The End of the Road, University of California Press, EUA, 2004.
Les Cheminots, Comité Central d'Entreprise de la SNCF, França, 1989.
An Uncertain Grace, Aperture, EUA, 1990.
An Uncertain Grace,Thames and Hudson, Inglaterra, 1990.
An Uncertain Grace, SGM, Sygma Union, Japão, 1990.
Une Certaine Grace, Nathan, França, 1990.
Um Incerto Estado de Graça, Editorial Caminho, Portugal, 1995.
Un incerto stato di grazia, Contrasto, Itália, 2002.
The Best Photos/As Melhores Fotos, Sebastião Salgado, Boccato Editores, São Paulo, Brasil, 1992.
Photopoche, Centre National de la Photographie, Paris, França, 1993.
FotoNote Sebastião Salgado, Contrasto, Itália, 2004.
Photofile Sebastião Salgado, Thames & Hudson, Inglaterra & EUA, 2006.
Photo Pocket Sebastião Salgado, Edition Braus, Alemanha, 2006.
Photopoche Sebastião Salgado, Lunwerg Editores, Espanha, 2006.
Workers, Aperture, EUA, 1993.
Workers, Phaidon, Inglaterra, 1993.
La Main de l'Homme, Editions de la Martinière, França, 1993.
Trabalho, Editorial Caminho, Portugal, 1993.
Trabajadores, Lunwerg Editores, Espanha,1993.
Arbeiter, Zweitausendeins, Frankfurt, Alemanha, 1993.
Workers, Iwanami Shoten, Japão, 1993.
La Mano dell’Uomo, Contrasto, Itália, 1994.
Trabalhadores, Companhia das Letras, Brasil, 1996.
Terra, Editions de La Martinière, França, 1997.
Terra, Ed. Caminho, Portugal, 1997.
Terra, Zweitausendeins, Alemanha, 1997.
Terra, Contrasto, Italia, 1997.
Terra, Phaidon, Inglaterra, 1997.
Terra, Companhia das Letras, Brasil, 1997.
Terra, Alfaguara, Espanha, 1997.
Um Fotógrafo em Abril, Ed. Caminho, Portugal, 1999.
Serra Pelada, Photo Poche Societé, Editions Nathan, França, 1999.
Exodes, Editions de La Martinière, França, 2000.
Exodos, Ed. Caminho, Portugal, 2000.
Migranten, Zweitausendeins, Alemanha, 2000.
In Cammino, Contrasto / Leonardo Arte, Itália, 2000.
Migrations, Aperture, EUA, 2000.
Exodos, Companhia das Letras, Brasil, 2000.
Exodos, Fundacion Retevision, Espanha, 2000.
Les Enfants de l’Exode, Editions de La Martinière, França, 2000.
Retratos de Crianças do Exodo, Ed. Caminho, Portugal, 2000.
Kinder, Zweitausendeins, Alemanha, 2000.
Ritratti, Contrasto/Leonardo Arte, Itália, 2000.
The Children, Aperture, EUA, 2000.
Retratos de Crianças do Exodo, Companhia das Letras, Brasil, 2000.
Retratos<u>, Fundación Retevision, Espanha, 2000.
Malpensa, La città del volo, SEA Aeroporti di Milano, Itália, 2000.
Salgado, Parma. Contrasto, Itália, 2002.
The End of Polio, Bulfinch, EUA, 2003.
La Fine Della Polio, Contrasto, Italia, 2003.
O Fim Da Pólio, Companhia das Letras, Brasil, 2003.
O Fim Da Pólio, Caminho, Portugal, 2003.
L'Eradication de la Polio, Le Seuil/ Turner&Turner, França, 2003.
L’homme et l’eau. Editions Terre Bleue, França, 2005.
O Berço da Desigualdade, UNESCO, Brasil, 2005.
Africa, Taschen,(internacional) 2007.
Africa, Taschen, (internacional) 2010. 2ª edição
Les Voies du bonheur, Editions de La Martinière, França, 2010.



"CHEGO AOS SETENTA ANOS COM UMA BAGAGEM COLOSSAL" - SEBASTIÃO SALGADO

Portal SESC

Foto: Matheus José Maria


Foto: Matheus José Maria


  1. No dia 8 de fevereiro, o fotógrafo completou 70 anos, "com uma bagagem colossal", como ele conta na entrevista exclusiva que concedeu à EOnline, por telefone, de sua casa, em Paris. Na conversa, Sebastião falou sobre sua história, sobre sua curiosidade em ver o mundo, seu processo de sensibilização aos ciclos da vida, sua relação com a idade e com a fotografia. "Na realidade, a maior viagem que fiz, em Genesis, não foram as 32 regiões que fui fotografar, e sim a viagem que fiz ao interior de mim mesmo, me descobrindo enquanto sujeito ligado ao meu planeta, a partir desses momentos de paz total. Esse é o maior presente que uma pessoa pode dar a si mesma".


A seguir, você confere este e outros trechos da entrevista com o fotógrafo que também completa 40 anos de fotografia.

EOnline: Além do sucesso de sua trajetória artística, o que mais você comemora nessa chegada aos 70 anos?
Sebastião Salgado: Comemoro a grande escola que frequentei durante esses anos. Creio que a principal coisa que aconteceu em minha vida não foram a escola primária, secundária, a universidade e a preparação para um doutoramento pela qual passei. Tive a oportunidade de ir a mais de 130 países durante toda a minha vida, e de uma forma muito intensa, pois passei tempos no interior de cada um desses locais, fotografando, trabalhando, conhecendo as pessoas. Então eu acho que esses setenta anos de escola de vida, para mim, foram de uma riqueza muito grande.

Chego aos 70 anos com uma bagagem colossal. Eu sinto muito o fato de as pessoas, quando chegam aos 60, 65, terem de se aposentar, pois essa é a época em que elas sabem mais. É quando elas já viram tudo e mais têm a contribuir. Então têm que deixar o lugar para os outros. É normal que se deixe o lugar em favor dos que vêm, mas é uma pena perder essa grande bagagem. No meu caso não será assim, porque sou independente e continuo fotografando, fazendo. A minha vida continua. Mas eu fico com pena que as pessoas se aposentem justamente nesse momento de grande acumulação de uma bagagem incrível. Nós precisamos encontrar uma maneira de aproveitar essa experiência acumulada, coisa que existia nas comunidades antigas: havia o conselho dos anciãos. Mas hoje nossa sociedade é muito técnica – e a tecnologia muda muito rápido -, existe uma valorização muito grande do jovem e os mais velhos, com tudo que têm a contribuir, não têm sido tão valorizados.

EOnline: O que veio primeiro: a curiosidade de viajar e ver o mundo, a fotografia, ou os dois apareceram ao mesmo tempo?
S.S.: A curiosidade de viajar e ver o mundo veio primeiro. Eu a tenho desde muito novo, lá no interior de Minas Gerais. Tenho sete irmãs e, entre todos, sou dos mais novos. Então minhas irmãs casaram - as mais velhas - e foram para longe. Eu ia visitá-las, meu pai me deixava ir. Eu adorava viajar. Como eu era o único filho homem, meu pai me deixava ir para eu ganhar experiência. Depois fui trabalhar em Vitória, no Espírito Santo, em uma empresa de exportação de madeira. Naquela época, a gente ainda cortava a mata para exportar e eu viajava muito pelo interior do estado do Espírito Santo, sul da Bahia, adorava viajar! Depois eu virei economista e fui trabalhar em Londres, na Organização Internacional do Café. Viajei muito para a África, em missões junto ao Banco Mundial.

Quando me tornei fotógrafo, eu apenas continuei! Me lembro quando ainda era estudante, em Vitória, porque na minha cidadezinha eu só fiz a primeira parte da escola secundária. Aí a segunda eu fiz no Espírito Santo. Eu tinha aula aos sábados pela manhã e, na parte da tarde, eu sentava na beira do Porto de Vitória e via aqueles barcos entrarem no canal, carregarem e saírem. Tinha todo aquele movimento de barcos. Eu tinha o sonho de ir mais longe. Eu via aquelas equipagens estrangeiras, aqueles barcos com bandeiras da Noruega, Japão, Panamá... e isso alimentava meu sonho de ir a esses países. E acabei indo mesmo! E a fotografia foi a continuidade dessa minha vida de curiosidade.

EOnline: As imagens expostas em Genesis remetem muito à sensação de silêncio, à imagem do artista encontrando a si mesmo por meio do contato com paisagens/povos remotos e intocados. Para você, o silêncio foi uma questão durante a expedição? Quais sensações passaram por você durante o trabalho que você percebe estarem impressas nas fotografias?
S. S.: O silêncio para mim foi uma coisa muito importante. Por muitas vezes eu me encontrei só, ou com meu assistente, mas meu assistente é uma pessoa muito discreta. Por muitas vezes, eu me colocava em um ponto e ficava lá por horas observando, aprendendo a conhecer realmente a natureza, a importância do mundo mineral e do mundo vegetal, dos ventos, das luzes... Na realidade, a maior viagem que fiz, em Genesis, não foram as 32 regiões que fui fotografar, e sim a viagem que fiz ao interior de mim mesmo, me descobrindo enquanto sujeito ligado ao meu planeta, a partir desses momentos de paz total. Esse é o maior presente que uma pessoa pode dar a si mesma. Para mim, Genesis foi um encontro comigo mesmo, dentro de um sistema maior que é o nosso sistema planetário, do qual sou parte.

EOnline: Nos trabalhos que antecederam Genesis, a figura humana era o motivo central em suas fotografias. Em Genesis, o planeta Terra é o protagonista. Depois dessa experiência, em algum momento você teve o desejo de fotografar mundos além de nosso planeta?
S.S.: Antes eu fotografava um só animal: o homem. Em Genesis eu ainda fotografei bastante o homem. Aproximadamente um terço das fotos ainda se refere a comunidades humanas. Mas fotografei também os outros seres vivos: animais, seres vivos vegetais, os seres vivos minerais, são todos vivos. Então encontrei um prazer imenso fotografando tudo que eu havia negligenciado até então. Eu tive vontade, em determinado momento ao iniciar o projeto, de sondar a possibilidade de embarque em uma cápsula espacial, nesses lançamentos russos ou americanos, para fazer uma fotografia da Terra a partir do espaço; ver como é o meu planeta visto de fora. Mas em primeiro lugar, eu não tinha os recursos, pois isso custa caríssimo. Os russos levam, mas paga-se uma fortuna. E eu também já não tinha mais a idade, pois no esforço do lançamento espacial você recebe uma pressão muito forte no corpo, e você precisa ser jovem para resistir a todo esse nível de atmosferas que acabam incidindo sobre você, então eu não poderia ir de qualquer jeito.

Eu não tive a vontade de ir fora da Terra para fotografar outras coisas, porque nosso planeta é tão rico, tão vasto... Os oito anos que passei fotografando Genesis não foram absolutamente nada. Eu fotografei apenas uma amostrinha muito pequena da Terra, mas de forma que esses oito anos pudessem resultar em uma representação coerente do planeta na hora de apresentar o trabalho, como apresentamos no Sesc, ou mesmo no livro que publicamos. Mas foi muito pouco. Eu poderia ter continuado por mais 30 ou 40 anos a fotografar Genesis e eu não fotografaria, ainda, tudo o que eu poderia ter fotografado na Terra. Existem tantas coisas maravilhosas a fazer. É uma pena que eu já esteja chegando ao final de minha vida, completando agora 70 anos. Se tudo der certo para mim, eu ainda tenho mais 20 anos, no máximo (se não houver nenhum acidente, entretanto). Com 90 anos, realmente, 95% das pessoas já se foram, então eu devo ter ido também. É pena que a gente não tenha mais tempo para ir e ver mais, mas eu estou contente com minha limitação terrestre!

EOnline: Na entrevista que você deu ao Roda Viva da TV Cultura, você descreve diversas e curiosas abordagens que utilizou, em Genesis, para se aproximar dos grupos de animais e fotografá-los. Nesse sentido, o que você acha que todos nós (humanos e outras espécies) temos em comum? A que você atribui sua destreza ao se aproximar dessas comunidades de animais não-humanos?
S.S.: Temos tudo em comum! Um dos primeiros animais que fotografei, em Galápagos, foi uma iguana. Olhando para ela, eu pensei: “Gente! Esse animal não tem nada a ver comigo”. E me deu mesmo uma pequena aversão. Pensei que aquilo era muito mais próximo de um dinossauro que de mim. Continuei a fotografar e, em determinado momento, ao utilizar uma lente especial – uma macro de 120mm – eu fotografei a pata da iguana. E quando eu fotografei essa pata, eu vi que era a mão de um guerreiro da idade média, coberta com aquelas escamas de metal, utilizadas para se defender. Era uma mão humana! E nesse momento eu compreendi que a iguana era minha prima. Que nós descendíamos todos da mesma célula. Ali eu simplesmente tive uma constatação da teoria evolutiva de Darwin. Salvaguardadas as devidas diferenças entre ecossistemas, a minha espécie evoluiu e a iguana evoluiu também, a ponto de parecermos muito distintos. Mas se voltarmos ao passado, veremos que saímos todos do mesmo lugar. E a iguana é a minha prima, sabe? Então eu passei a ter profundo respeito e admiração pela iguana e por todos os outros animais, que passei a ver como iguais.

Os outros animais somos nós mesmos. Nós somos animais. Todo mundo diz que nós somos uma espécie especial, racional. Não. Todo animal tem uma racionalidade profunda dentro de sua espécie, como nós temos dentro da nossa. E todos eles merecem um respeito incrível, porque fazem parte do nosso reino: do reino dos animais. Então, se dedicarmos certo tempo a observá-los, a respeitá-los, nós acabaremos também compreendendo a lógica deles, assim como eles compreendem a nossa. Então, a partir desse momento, nós teremos alguma coisa em comum e poderemos nos aproximar. Foi isso que me fez, de uma certa forma, me aproximar um pouco desses animais para fotografá-los. Eu me dediquei, em média, dois meses para cada reportagem, e eu acho pouco. Se pudesse ter dedicado seis meses para cada uma, ou um ano, eu teria aprendido mais, teria chegado mais perto, teria compreendido mais coisas das que compreendi.

EOnline: Na mesma entrevista, você disse que, ao fotografar “Trabalhadores”, já era possível enxergar, sobre as relações de trabalho e dinâmicas sociais, os efeitos da globalização, palavra que só “apareceria” posteriormente. Ao fotografar Genesis, qual palavra poderia aparecer posteriormente?
S.S.: Integração. Vai haver uma integração. Nós vamos ter que voltar em direção ao nosso planeta. Nós nos afastamos do planeta; viemos para a cidade. Vocês moram aí nessa grande megalópole que é São Paulo, então vocês não vivem mais no Brasil. Temos aquela floresta maravilhosa na Amazônia e, com muito poucas exceções, ninguém aí foi ver. Esses rios incríveis que o Brasil tem. O rio Paraguai é uma coisa maravilhosa! Aquele Pantanal é maravilhoso! As montanhas de Minas Gerais são uma coisa! E ninguém conhece; ninguém foi ver.

Nós saímos do nosso planeta e fomos para as cidades. Como os franceses estão aqui em Paris, os japoneses estão lá em Tóquio – e assim é com outras cidades. Ao nos urbanizarmos, nós saímos do planeta. Vamos ter que voltar. Vamos ter que fazer um movimento de retorno. Vamos ter que fazer a integração. Olha o que estou lhe dizendo: vamos ter que fazer! E essa palavra vai aparecer: a reintegração ao nosso planeta. Não creio que teremos condições de voltar fisicamente. Mas teremos que voltar espiritualmente. Essa volta espiritual terá de ser empreendida para que possamos respeitar e não destruir mais; para podermos reconstruir parte do que já foi destruído. Veja você essa quantidade de chuvas que houve alí em Minas, no Espírito Santo, em minha região, durante o final de 2013 e início de 2014. A seca que está havendo agora. O calor que vocês estão passando. A quantidade de tempestades que está havendo aqui na França. Cidades sendo atacadas pelo mar aqui na Grã Bretanha, com ondas incríveis que batem lá nas casas, onde nunca haviam chegado. Então, com esse aquecimento, com essa modificação, com essa destruição das florestas, com esse não-respeito ao nosso planeta, nós estamos provocando um desequilíbrio grande. Se quisermos sobreviver como espécie, teremos que fazer esse retorno. Essa reintegração vai existir e vai-se falar disso dentro de muito pouco tempo.

EOnline: Você relata, de uma maneira bastante emocionada, sua experiência com um gorila da montanha e seu fascínio ao perceber a própria imagem refletida na lente da sua câmera. E mais adiante você completa: “Se eu estivesse com uma câmera, fotografando nós todos aqui, a partir de um momento (...) nós seríamos uma unidade”. A que você atribui o fascínio que a imagem – e também a imagem de si mesmo - exerce sobre nós, primatas?
S.S.: Aquele gorila que fotografei, ao ver-se no espelho - ou na lente plana de minha câmera - pôde identificar, pela primeira vez, a sua imagem. Ali ele estava dando um salto no elo evolutivo de sua espécie. Nós, humanos, já demos esse salto há alguns milhares de anos quando, pela primeira vez, fomos à beira de um rio tomar água e pudemos identificar nossa imagem refletida no lago. Como espécie, deve ter havido alí a mesma emoção sentida por esse gorila. Esse momento também foi um salto no elo evolutivo de nossa espécie. Essa diferença de cinquenta ou cem mil anos - desde que o homem pôde identificar sua imagem refletida no lago até os dias de hoje, onde o gorila se vê em minha lente - de um ponto de vista histórico, é muito pequena. Se a gente imagina a evolução do nosso planeta – e apenas do nosso planeta, sem que se leve em consideração todo o universo –, constatamos que a nossa chegada, enquanto seres humanos, à vida de nosso planeta, talvez corresponda a um milímetro de história do universo. Então, nós chegamos há muito pouco tempo. A diferença entre nós e esse gorila, em termos históricos, não é nada: é quase simultâneo, segundo a projeção da vida em nosso planeta. Então, aquilo que aconteceu ainda está acontecendo. Assim, essa identificação está muito próxima a mim. Eu quase que vi a mim mesmo olhando dentro daquela lente. A respeito desse fascínio que a imagem exerce sobre o ser humano, isso eu não posso te explicar. Talvez fosse melhor fazer essa pergunta a um antropólogo ou um sociólogo, mas posso afirmar com certeza que ele existe. Quando você vai a um museu e vê as pinturas, os desenhos, todos eles são representações de uma realidade. Fotografias são representações, pinturas são representações, assim como os são os desenhos e filmes. Essas representações são importantes. No fundo, a história é muito importante. E as representações materializam a nossa história; a história do nosso entorno. E as nossas referências são as coisas mais importantes para nós. Essas imagens são representações do que a gente já viveu; das maneiras como já existimos. Então eu acho que esse é o caráter real das representações: o aspecto da memória. Nós precisamos da memória do vivido, e o vivido é materializado através da imagem.

EOnline: Você é otimista com relação à “gestão” humana sobre o Planeta Terra?
S. S.: Não, eu não sou. Sobre a gestão humana, não. Sobre a vida do planeta Terra, sim. Seja o que for que acontecer com o planeta Terra, ele vai sobreviver, se refazer. Ele tem uma capacidade muito forte de autorreconstrução. Nós vamos ter que tomar uma decisão muito forte, muito rápida e unânime. Todos nós vamos ter que chegar à essa conclusão e fazermos juntos. Fazermos com que os indivíduos e nossas governanças todas – municipais, estaduais, federais, planetárias, nossas empresas e organizações –, nós todos vamos ter que nos integrar a esse objetivo comum e mudarmos o nosso comportamento em relação à nossa gestão ao planeta, porque o que está em perigo é a nossa sobrevivência, não é o planeta; o planeta não está em perigo. O que está em perigo é a nossa espécie. Com esses acontecimentos, com os Tsunamis, explosão de vulcões, o rápido aumento no nível das águas... perante toda essa mudança, é a nossa espécie que está em perigo. O planeta não; ele se refaz e, mesmo que a gente desapareça, dentro de alguns milhares de anos outra espécie humana pode voltar a existir. Então é a gestão conosco mesmo que está em perigo, e não a nossa gestão em direção ao planeta. Vamos ter que cuidar de nosso comportamento em relação ao nosso planeta, senão não vamos sobreviver enquanto espécie.

A ARTE URBANA DE ZÉ PRETINHO

site SESC SP

Muro de Zé Pretinho<br>Foto: Eintan Rosenthal
Muro de Zé Pretinho
Foto: Eintan Rosenthal


Ocupação com reprodução em plotagem do Muro do artista Zé Pretinho que recria sua significação do mundo com imagens de personagens da mídia traduzidas em suas bonecas e frases que constroem seu muro inusitado na periferia. A exposição também conta com fotografias, instalação audiovisual, visita ao ateliê do artista, oficinas e bate-papos

“Minha arte é assim: sagrada e profana”

Você deve estar se perguntando: Quem é Zé Pretinho? Ele mesmo responde:

“Sou um artista e filósofo, expresso para o mundo o lixo abandonado transformado. Todos podem se orgulhar de si próprios, mesmo o pobre da periferia”

Pois bem. Ao passar pela Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Eldorado, em Diadema, encontra-se uma casa cujo muro a faz destoar da paisagem urbana local. Trata-se da obra de Zé Pretinho, que se utiliza de materiais reaproveitados para representar figuras públicas em bonecas, as quais habitam, junto a frases de sua autoria, a frente de madeira da casa onde vive, interferindo no espaço público, conferindo novo significado aos objetos e expressando questionamentos sociais e visões de mundo subjetivas.

A experiência estética de Helenildo Domingos da Silva (Zé Pretinho) pode ser considerada “Arte Urbana”, uma vez que atua como elemento transformador da paisagem da cidade, provocando outras leituras e percepções sobre o cenário urbano. Para o público, torna-se uma oportunidade de ir ao encontro da expressão artística num contexto pouco usual, longe dos espaços oficiais de cultura.

Segundo Brenda Gottlieb, curadora da exposição Muro do Zé Pretinho, instalada na unidade do Sesc São Caetano, a obra do artista pode ser compreendida como “a voz do oprimido criando uma resposta para a camada social privilegiada”. Sua arte possibilita a aproximação com o imaginário do autor, favorece o acesso aos bens culturais e valoriza a manifestação artística popular, a qual nasce, muitas vezes, de experiências artesanais do espírito e se traduz em narrativa visual, compartilhando com o outro um ponto de vista do universo particular sobre temas universais.

Dentro da programação, atividades que dialogam com as temáticas e linguagens desenvolvidas pelo artista: oficinas de estêncil, de lambe-lambe e de confecção de objetos a partir de materiais recicláveis; visita ao ateliê e bate-papos com Zé Pretinho.