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segunda-feira, 14 de abril de 2014

O ESTILO DA PINTURA ROMANA




         

          Inicialmente Roma se desenvolveu na ambiência cultural dos etruscos, situados pouco ao Norte.
          ao norte. A importância dos etruscos está em haverem influído sobre Roma, futura capital do 
          mundo. Dali Roma recebeu a arquitetura e a pintura, o combate de gladiadores, a fé na vida 
          ultra    terrena.

Os etruscos procederam possivelmente da Ásia Menor, estando sua arte sob influência oriental, sobretudo egípcia, cretense e por último helênica em geral.
Da conjunção de etruscos, sabinos, palatinos se formou Roma. Os últimos reis de Roma, até 510 a.C. eram etruscos. A influência helênica sobre os etruscos ingressou assim bastante cedo para dentro de Roma.


A expansão helênica se dera na direção do Oriente. No Ocidente se reteve apenas no Sul da Itália, sem nunca ter dominado politicamente Roma.


Paulatinamente ocorreu o inverso. Roma conquistou a parte grega da Itália (o Sul, denominado anteriormente Magna Grécia). Depois de destruir Cartago em 146 a.C. e anexar todas as suas colônias na África e Espanha, partiu Roma em 148 a.C. para a conquista do mundo helênico no próprio Oriente; sucessivamente caíram em sua mãos primeiramente a Grécia e a Macedônia, a seguir a Síria e finalmente em 31 a.C., o Egito, onde em Alexandria estava o maior centro cultural do mundo de então.


Inicialmente as cores da pintura etrusca são lisas, com prévio desenho de contorno. À maneira egípcia, o olho é pintado de frete ainda que a imagem esteja de perfil. A tendência temática é realista, todavia cada vez mais influenciada pelo classicismo grego.
Como valor, é notável uma Cabeça de Mulher, pintura mural, do túmulo de Orco, cerca do ano 340 a.C., em Tarquínia. Uma das mais célebres da antiguidade, já apresenta o olho de perfil, primeiros sinais etruscos de aproveitamento da técnica claro-escuro. Como pintura funerária, a boca denota leve amargura, o olhar ligeira melancolia, e isto tudo sem perder a graça feminina.


Datam as primeiras notícias sobre a pintura de Roma já do 3-o século a.C., mas os documentários são posteriores e já do tempo em que se iniciara o funcionamento com a cultura grega, em vista da conquista em 148 a. C. da Grécia e Macedônia. Com a opulência de Roma afluem os artistas gregos.


O documentário sobrante da pintura em Roma é reduzido. Mas se compensa com o acervo das cidades soterradas pelo Vesúvio em 79 d.C., de Herculanum, Pompéia e Stabia. As luxuosas residências de verão que a classe rica estabelecera sobretudo em Pompéia, concentrando ali os requintes da época, em decoração e arte, oferecem uma pequena amostra da suntuosidade romana do I século de nossa era.


Os romanos superam o estilo funerário etrusco entregando-se também a decoração dos edifícios públicos e das residências. Introduzindo o uso helênico de cobrir as paredes com chapas de mármore, fazia-se também o equivalente mediante telas pintadas. Que reproduzem episódios e paisagens, flores e objetos. Dali passaram à decoração ampla.


O período clássico ou neoclássico, romano, ou do império (a começar do ano 14 d.C. até Constantino) se dá em fases sucessivas de desenvolvimento estilístico oscilando entre a frieza mais pura do clássico verdadeiro e a desenvoltura barroca. Aumenta a variação temática, com cenas originais de caça, competições atléticas, navegação e batalhas, de mistura com a mitologia grega. Os murais de mosaico são numerosos, como revelam as casas de Pompéia.
As artes de Roma se fizeram conhecer como:
- estilo I do ano 200 a 70 a.C.;
- Estilo II de 70 a.C. a 20 d.C. (tempo de Augusto);
- Estilo III, de Augusto até Nero;
- Estilo IV, tempo de Nero, de 54 a 68.
Todas as modalidades têm exemplares em Pompéia, Herculanum e Stabia, além de em outros achados na mesma cidade de Roma.
Comparada com a grega, a arte romana não supera a grega senão talvez apenas no que se refere às construções arquitetônicas, que conquistaram a organização de maior espaço pelo uso do arco e da cúpula. Com referência à escultura e pintura mantém contudo importantes conquistas dos gregos.


O rosto das estátuas e pinturas romanas são expressivos. Perde a expressividade dos corpos. A este respeito se pode teorizar que os romanos eram mais moralistas e que, menos ocupados com o corpo nu, dele perderam a noção estética e dinâmica que tinham os gregos. Os corpos são apresentados com mais dureza, mesmo quando nus. Quando bem vestidas as figuras, não conseguem a graça das representações gregas.


O mosaico Vírgilio, ladeado por musas (século II ou III, Museu Bardp, Tunis), apresenta uma musa de cada lado, cujos corpos são abrutalhados e assim também as vestes sem composição artística adequada.


Ocorrem algumas criações valiosas da pintura romana do Império, sobretudo do acervo de Pompéia, Herculano e Stabia, e que merecem algumas considerações mais.
Retrato de Mulher, mosaico de Pompéia, século I (Museu Nacional de Nápoles). Mostra o evidente realismo que frisou a curva a meio caminho do comprimento do nariz e outra nos lábios superiores.
Amores de Vênus e Marte, pintura mural, da casa de Marco Lucrécio Fronto, Pompéia, no I século. O Cromatismo é evidente. O realismo é de retrato, sem a clássica idealização. Vênus está bem vestida e discreta sentada frente a Marte, de capacete romano com penacho vermelho. O clima do ambiente é marcado pela figura central de Eros, somente este personagem se ostentando mitologicamente desnudo.
Paisagem Meridional, de Pompéia, possivelmente do ano 73 (Museu de Nápoles). É apontado como exemplo da visão impressionista já existente na época romana. Luzes e sombras realçam formas, enquanto destroem outras, tais como o brilho da luz nos traz os objetos em um instante dado. Além da orientação impressionista consegue realizar este objetivo admiravelmente bem. Desta sorte o mural chega a se constituir em precioso documento, da variada época do mundo helênico-romano.
Aquiles em Schiro, mural da casa dos Dioscuros (Castor e Polux), Pompéia, (Museu de Nápoles). Na composição Ulisses e Diomedes desmascaram a Aquiles, fantasiado de mulher, no palácio de Liacomedes. No fundo o rei e sua amada, Diademia, a qual, aterrorizada retira-se precipitadamente. A tela é um exemplo, entre tantos outros, de transposição para as casas romanas das criações helênicas mais antigas. A execução é altamente policromada e academicista.
Perseu e Andrômeda, do IV estilo, afresco da casa dos Dioscuros (Museu de Nápoles). Andrômeda está luxuosamente vestida, com relativa graça. Perseu é um esbelto nu, que lembra aproximações com a versatilidade artística dos gregos anteriores.
O quadro Núpcias Aldobrandinas (0,92 x 2,42 m) é uma celebridade rara do I século, da arte romana, principalmente por causa de sua conservação.




Descoberta cerca de 1605, foi conservada na residência do cardeal Aldobrandini, de onde o nome, está hoje na Biblioteca Vaticana.


Representa um episódio nupcial desdobrado em três cenas justapostas vividas em três aposentos. A alcova nupcial é a do centro, com um realce que talvez pudesse ser maior. A esposa desalentada em vestes claras e véu, sentada, escuta os conselhos de Afrodite. Esta se apresenta com cabelos longos e escuros, corpo quase desnudo. Hemenaios, Deus das núpcias, postado no tope do leito coroado de flores e folhas, reclina-se ao chão.


Na cena à esquerda mostram-se preparativos. Uma senhora de idade menciona mergulhar a mão numa vasilha. Fá-lo com espontaneidade o que melhora o realismo do quadro um tanto acadêmico.
A cena da alcova do outro lado se compõe de jovens elegantes. Uma toca lira, para o epitalêmio.
Do ponto de vista pictórico, evidência-se a harmonia das cores. Uma atmosfera delicada compensa a pouca dinâmica das cenas.
O alargamento do fundo azul por detrás da última alcova, contribui para a queda da simetria afastando a monotonia da grande largura da composição ternária do episódio.


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