CONTADOR

segunda-feira, 14 de abril de 2014

ESTILO BARROCO (1600 - 1710)





Introdução. Iniciado na Itália, o barroco logo se expandiu, podendo-se estudá-lo por países:
- Barroco na Itália
- Barroco nos Países Baixos;
- Barroco na Espanha
- Barroco na França
A preocupação do artista barroco se concentrou no tema da dinâmica geral, fosse da vida, fosse da natureza, fosse das idéias, fosse das vontades. Nessa dinâmica via também o contraste: a vida contra a morte, os elementos da natureza em conflito, as idéias em luta de ideologias, as vontades empenhadas no bem e na resistência ao mal. Deus ou o Diabo. Ser e não ser.



A verdade do barroco é, pois, a tensão, a qual deve ser expressa na arte, representando pois a mesma tensão das coisas em permanente conflito. Aliás, a arte é mimese; a arte expressa as coisas imitando-as.
O conflito de forças, o perpétuo vir a ser, o tumulto dos elementos, a agitação das idéias e a perplexidade diante do bem e do mal, somente se podem exprimir, - no entender do artista barroco, - por um outro conflito de forças, por um outro vir a ser, por um outro tumulto de dois elementos, por uma outra agitação de idéias e por uma outra perplexidade diante do bem e do mal.
Expressar com equilíbrio é expressar o inexistente; não é expressar a verdade. Os classicismos de toda a espécie são estilos da mentira. Somente se validam se o objetivo por o ideal como um objetivo de vida.



Não quer o homem barroco por objetivo final um puro vir a ser; também ele aspira alcançar o repouso final. Todavia, este repouso ainda não chegou. A verdade efetiva é o conflito, a oposição dialética dos opostos em luta. Consequentemente a arte, quando reflete a realidade como seu significado, é uma arte de tensões. O barroco está com um tema certo, que o define como estilo.
Entretanto, a convicção por algum tempo vigente era a de o barroco houvesse sido um falseamento da arte. A denominação corria até como pejorativo. Com o surgimento da arte contemporânea (impressionismo e expressionismo) na segunda metade do século 14, que tem afinidades como o barroco, bem como com o maneirismo, começou uma reavaliação de conceitos. Mas, ainda para Jacob Burkhardt e Benedeto Croce o estilo barroco é uma arte decadente e de mau gosto.



A reavaliação se deve aos estudos de Cornelius Gurlitt, Carl Justi, Heirnrich Woelfflin, Werner Weisbach, restituindo ao estilo suas categorias formais.
Os barrocos podem variar em função a uma interpretação que se dê à dinâmica das coisas.
Ela poderá ser emocional, como o caráter luxuoso do culto católico da contra-reforma até a entrada do século 20.
Poderá ser também ao modo da convicção racional, como se pratica a propaganda na televisão.
Nos pintores se observam variados barrocos:
- o de Miguel Ângelo (se é que já foi um barroco) é a dinâmica da vida pensada ao modo do engenheiro;
- de Rubens e a de corpos roliços expressando exultação em meio de planejamentos descontraídos;
- o de Rembrandt é de clima espiritual;
- o de tantos outros é o de liberação de excelências sensuais; de conquista de colônias, etc.
As tentativas de revigoramento espiritual de iniciativas dos reformistas protestantes, ou dos contra-reformistas da Igreja-Católica constituíram-se em movimentos capazes de dinamizar importantes camadas populares e políticas, que se degladiaram por um século.
Dentro das tensões religiosas e políticas resultantes, o estilo barroco encontrou clima favorável de manifestação. Aconteceu também o esforço dialético dos países colonialistas europeus, dali resultando não só a expansão dos conflitos religiosos europeus e a difusão do cristianismo com colorido ocidental, mas todo um clima político favorável ao contexto temático do barroco.
Descrito exteriormente, como a primeira vista se apresentam as obras de pintura dos artistas barrocos, eles são de uma notória profundidade no espaço (sem a frontalidade plana).
Tem formas abertas sequencialmente (não fechadas, como que concluindo o todo).
Apresentam grande unidade de coesão dos elementos que participam da composição (sem dispersão) ou multiplicidade dos temas). Tudo se envolve numa claridade relativa controlada pelo claro-escuro.
Fugindo à cor única e repousante, o barroco em pintura foi quase sempre policromia abundante, numa dialética em que participam todos os contrastes.



Associa-se ao desenho flamejante e tumultuado. As linhas curvas e fluentes, ao mesmo tempo que fecundas, desenvolvem-se na composição, que produz impressões ousadas de perspectiva, colunas em torcimento, balaustradas que enriquecem, grandes cortinados e de considerável efeito pictórico.
Prefere evidentemente o barroco o que está em movimento. E se algo não está, concebe-o em tensão. Firmamentos azuis ou largamente enublados participam da composição grandes paisagens favorecem o efeito das cores e das formas. As nuvens se avolumam.



Dissolvem-se as fronteiras entre as paredes e o teto. Aberturas atingem também o teto. As cúpulas movimentam o teto e se desdobram em aberturas e interiores decorados.




O barroco nasceu em Roma, particularmente do ponto de vista arquitetônico. Era ainda a Roma capital dos Estados Pontifícios, onde tudo convergia para a pompa do Pontífice. Iniciava pois o barroco em lugar propício.
Encontrou imediatamente o clima no colorismo e claro-escuro da pintura maneirista da Itália, então ainda dividida em vários países, nos quais dominava a pompa dos príncipes.
Encontrou o barroco também destaque nos Países Baixos, na Espanha e Portugal, de modo geral nos países católicos e respectivas colônias.
Por último derivou para o exibicionismo do estilo rococó (vd 909).


Nenhum comentário:

Postar um comentário