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sábado, 12 de abril de 2014

O QUE É ESTILO?


Pela sua definição real, estilo é a maneira eventual com que a obra de arte se apresenta. O estilo, ora acontece por eleição do artista; ora se impõe por injunção de circunstâncias.Mas o estilo sempre se define como algo, que não é, nem a natureza essencial da arte, nem as propriedades a ela inerentes. Uma pintura, por exemplo, pode ser mais rigorosa, enquanto outra é mais diluída; uma notoriamente idealizada, enquanto outra é realista. Sempre se trata de opções de estilo.



Há uma proximidade muito grande entre propriedades da arte e acidentes de estilo. É que as propriedades geralmente são qualidades, e estes admitem graus. Na graduação eventual se encontra o estilo.O uso, por exemplo, de mais cores e menos cores, mais rigor no delineamento das figuras e menos rigor, mais perspectiva e menos perspectiva na composição geral, maior idealização em vez de mais realismo - tudo isto resulta em estilos pictóricos.Em virtude da grande aproximação entre propriedades da arte e seus acidentes de estilo, acaba por admitir falar em propriedades de estilo!

Atração do estilo. A importância do estilo, sempre de notória atração, se deve ao caráter exterior dos acidentes, fáceis de serem imediatamente atingidos e apreciados.Certas maneiras eventuais com que a arte se apresenta agradam mais que outras. Os estilos, quando comparados entre si, não são igualmente estéticos, de onde uma tendência em favor de uns estilos contra outros.Não se deve a atração do estilo ao seu valor intrínseco, porque é por definição algo acidental e portanto de presença eventual na expressão artística.Efetivamente, não importa a maneira acidental como se façam as operações de mimese da prosa e as associações evocativas da poesia, desde que essencialmente exerçam sua função essencial de expressar.

O estilo leva ao interesse pela arte em geral. A partir da desigualdade estética do estilo das artes podem nascer perguntas críticas de avaliação.O interesse, aliás, pelos estudos da arte começa ordinariamente pelo atrativo do seu estilo, em função do qual as pessoas, diferentemente impactadas, ficam solicitadas a fazerem indagações.A nível pedagógico, o ensino da arte, embora deva desenvolver-se sistemicamente, adverte constantemente para os estilos, os quais em consequência conservam o interesse pelo todo.Na preferência de uns estilos pelos outros, interfere ainda o prazer da novidade e que a mudança dos mesmos pode oferecer, tal como acontece com tudo o que é eventual, inclusive com as modas de vestir diferentemente estéticas. Importa contudo liberar o espírito dos efeitos da moda, ponderando sobre os estilos considerando-os em absoluto. Isto se consegue avaliando com espírito crítico os caracteres de cada um.




Estilos de mais valor. A acidentalidade do estilo se situa em vários níveis, de que alguns são objetivamente mais apreciáveis. Mas importa que o artista, bem como apreciador em geral, tenham compreensão disto, para que não passem a apreciar de preferência o que é de menos valor. Considerando que o essencial em arte é a expressão, neste plano se situam as perfeições de estilo que mais interessam.As perspectivas de estilo apreciáveis no plano da expressão, ocorrem desde os graus de perfeição gnosiológica, - em virtude do qual ela se apresenta maisevidente, verdadeira e certa, facilitando sua compreensão, - até os mais diversos níveis de efeitos psicológicos, em que se destacam o sentimento estéticoe o prazer da novidade. Em consequência da função exercida pelo estilo sobre o publico consumidor, também os artistas se preocupam com ele. Têm os artistas as suas preferências pessoais em estilo. Atendem também pragmaticamente ao estilo conforme a preferência do consumidor.Na pintura, - que agora está em questão, - o estilo é um dos seus componentes mais discutidos.Não faltam os que apenas cuidam da arte enquanto estilo. Este comportamento é contudo prejudicial ao desenvolvimento maior do artista. Importa manter as coisas em seu lugar, colocando acima de tudo a arte como expressão.Se não é possível entender exaustivamente de estilo senão através do que é essencial à arte, - a expressão, - também não é possível entender de estilo, sem atender ao que nele mais importa, - ser grau de perfeição da mencionada expressão.


Pesquisa na Enciclopedia SYMPOZIO - Versão em poeruguês do original em Esperanto

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