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segunda-feira, 14 de abril de 2014

HOLANDESES RENASCENTISTAS DO SÉCULO 16


  


Já tinham no século 16 os pintores holandeses uma considerável tradição atrás de si, ao contrário do que acontecia na vizinha Alemanha, que somente agora despertava para a Renascença.
Desenvolvia-se também a Holanda para uma expansão política que não demoraria a ser internacional.
Destacaram-se os pintores Jeronimus Bosch e Pieter Brueghel.



Jeronimus Bosch (c.1450-1516) praticou uma pintura surrealista, em que a imaginação certamente lhe foi facilitada pela grande presença ainda então da fantasiosa obsessão popular medieval do homem em perigo, obsidiado por demônios, sujeito a ser levado para o Inferno, povoado de monstros, animais estranhos, metade gente e metade animais e outras fantasias sobre a existência de um demônio chifrudo.
Com esses recursos Bosch criou uma pintura surrealista até então sem igual em originalidade e composições imprevistas, havendo semeado sobre as telas uma abundância enciclopédica de tais figuras.
Não há registro de datas nas criações de Bosch. Mas, pela análise interna e destinatários se fixam sequências aproximativas. Uma das primeiras grandes realizações terá sido Os sete pecados capitais; o rei Felipe II a fez pendurar em seu quarto de dormir, conservando-se ainda hoje no Escorial.
São também apreciáveis, e sempre de fundo religioso: Jardim das delícias, ou o Reino Milenar (Prado); Tentação de Santo Antônio (Lisboa, c.1500);Ecce homo (Frankfurt).
De fundo moral e crítica social: O filho pródigo (Rotterdam, 1510); Carro de feno (Prado), Morte do avaro (Bruxelas).
Mas foi mesmo por causa dos temas fantasiosos que os modernos, sobretudo os surrealistas, retiraram a Bosch do esquecimento em que caíra e se encontrava ainda no século 19.




Pieter Brueghel (c.1528-1569) estudou a pintura com um discípulo de Bosch. Depois de passar pela Itália, radicou-se em Bruxelas, ali criando a maior parte de suas obras.
Com um novo perfil retomou o mundo fantasioso de Bosch, destacando a natureza, criando paisagens e valorizando o folclore flamengo. Transpôs temas clássicos ao gênero popular.
Foi mais vigoroso e monumental que Bosch. Foi mesmo o mais original dos flamengos do século 16. Como maneirista praticou a técnica de alteração do espaço, que, para os clássicos era apenas um espaço homogêneo.
Na pintura de paisagem Brueghel se destacou em Os meses (Viena 1565).
Em temas populares: Casamento rústico (1568), Jogos infantis (1560), Dança camponesa (1568), Caçadores na neve (1565) (todos em Viena),Provérbios flamengos (Berlim, 1559), em que expressou com sua competência de filho de camponês, que ele mesmo era, a alegria franca do homem rural holandês ou flamengo.


Em cenas religiosas ou antigas: Massacre dos inocentes (Viena, 1566), Torre de Babel (Viena, 1563-1569), Queda de Ícaro (Bruxelas), Adoração dos reis (Londres).
Em temas demoníacos: Queda dos anjos rebeldes (Bruxelas, 1567), Margarida a louca (Antuérpia), Os vícios (1556-1557), Dulle Griet (1563-1569),Parábola dos cegos (Nápoles, 1568), Triunfo da morte (1562-1563).

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