CONTADOR

sábado, 12 de abril de 2014

EM ESPECIAL SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DAS CORES EM PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS. TERCIÁRIAS, QUATERNÁRIAS






A conhecida classificação das cores em primárias, secundárias, terciárias, quaternárias se diz do ponto de vista de sua origem, ou pela sua causa operacional.



Apelando a uma analogia com a escala musical, que se repete sobre si mesma, de oitava em oitava, poderiam as cores distribuir-se também em escalas sucessivas. As escalas mais altas seriam as cores fundamentais; pela mistura declinariam; as mais baixas seriam as cores terciárias. Haveria também escalas nas cores não perceptivas pelo homem, isto é, no ultravioleta e no infravermelho.


 Cores primárias são:


- azul,
- amarelo,
- vermelho.

Dizem-se primárias as cores que não resultam de outras cores. Elas simplesmente se estabelecem assim. Não podem, portanto, ser obtidas pela mistura de outras cores, ou seja, por mistura de diversos comprimentos de onda.



Às vezes as cores denominadas primárias se dizem gerativas, em virtude de gerarem as demais. Esta denominação tem o defeito de considerar as demais como não gerativas; elas, todavia, também geram as cores que lhes são subsequentes subsequentes.


Ainda que as cores primárias para os pintores sejam o azul, o amarelo e o vermelho, para os físicos podem ser ditas primárias o vermelho, o verde, o azul, em vista dos cones da vista, onde as reações primárias decorrem da luz vermelha, verde e azul.



Não se pode definir o que é simples, senão descritivamente, advertindo para o que diretamente se constata e se entende como sendo o que é. Então o azul é o que faz ser azul; amarelo é o que faz ser amarelo, o vermelho é o que faz ser vermelho.



Uma definição descritiva pode fazer-se apontando para relações, como de origem, de dimensão, de semelhança. Nesta direção definitória, cores primárias são as que geram as demais por mistura, e então temos as definições genéticas e que se dão por pares:


azul é a cor que gera o verde, em mistura com o amarelo;
- azul é a cor que gera o violeta, em mistura com o vermelho;
- amarelo é a cor que gera o verde em mistura com o azul;
- amarelo é a cor que gera o laranja em mistura com o vermelho;
vermelho é a cor que gera o violeta em mistura com o azul;
- vermelho é a cor que gera o laranja em mistura com o amarelo.

Utilizando uma relação de dimensão, ocorrem as definições, por exemplo por unidades angstroem:


- o azul se define como resultante do comprimento de onda luminosa extrema de 3600 unidades «A»;
- o amarelo, por 4000 unidades «A»;
- o vermelho, por 7000 unidades «A».

Por semelhança se define:


- o azul como a cor do céu sem nuvens: do mar profundo em dia claro, da cor da safira; do anil.
- o amarelo define-se como a cor da gema do ovo, do ouro, do topázio, do enxofre.
- o vermelho se define como sendo a cor do sangue, da papoula, do rubi.

Quando se define descritivamente as cores primárias, alegam-se as propriedades. Então se trata de uma definição por inferência, porque a propriedade tem derivação necessária da natureza à qual pertence.



A definição pelos efeitos, por exemplo, os efeitos psicodinâmicas, também ilustra a definição descritiva.



Finalmente mencionamos a definição nominal das referidas três cores primárias.


Azul deriva do persa lazurd, como referência al lápis-lazúli. Dali passa ao semita árabe Lâzaward, ao latim medieval azzurum, ao francês azur, ao espanhol e português azul.
Amarelo deriva do latim amarillus, como diminutivo de amarus (= amargo).
Vermelho do latim vermilium, que significa vermelhão, cor postiça para o rosto. Outros dizem que de vermiculus, vermículo. Quanto ao rubro, rojo, em espanhol, corresponde ao latino ruber (= rubro), que finalmente faz parte da raiz indo-européia rudh- ou reudh de onde red (= vermelho em inglês), rot(vermelho em alemão), rubi pedra preciosa vermelha.

 Cores secundárias, ou complementares, são as que resultam da mistura, em partes iguais, das cores primárias. São:


verde (azul+amarelo),
- laranja (vermelho+amarelo),
- violeta (vermelho+azul).

As expressões cor gerada, cor derivada ou cor composta têm, conforme já advertido, apenas sentido operacional, porque derivam por mistura das causas.



Denominam-se cores secundárias para o pintor o verde, o violeta e o laranja. Para o físico: ciano (azul esverdeado), magenta (violeta púrpura), amarelo.



Como se evidencia, as cores secundárias se definem em função de relações extrínsecas de origem, e em mistura de partes iguais, de duas primárias: partes iguais de azul e amarelo para formar o verde; de amarelo e vermelho, para o laranja; finalmente, de vermelho e azul, para o violeta.

 A mistura desigual de duas cores primárias, ou de uma primária com uma secundária, resulta em cores secundárias intermédias.



Indicam-se citando em primeiro lugar a cor primária, seguida do nome da anexa. Em conseqüência nascem mais seis cores: azul-verde e azul violeta, amarelo-verde e amarelo-laranja; vermelho-laranja e vermelho-violeta.



Nas cores secundárias intermédias, depois de feita a redução, a porcentagem da primária dominante e que dá o nome é de 75%, sobrando 25% para a outra primária.



As cores que resultam desta nova propagação admitem receber nomes. Valem, pelo menos, pela aproximação, daquilo que em linguagem comum se conhece como tal. Dali o esquema seguinte:


Verde limão (amarelo-verde).
Turquesa (azul-verde.
Anil (azul-violeta).
Púrpura (vermelho-violeta).
Abóbora (vermelho-laranja).
Amarelo-ouro (amarelo-laranja).

Um relógio de 12 cores, umas femininas, outras masculinas. Combinadas as cores primárias, secundárias e mais suas secundárias intermédias, resulta haver doze cores bem definidas. Podemos chamá-las em conjunto de cores femininas, porque sendo mais insistentes, são do agrado das mulheres, mais sensíveis à cor.



As cores terciárias, sempre mais escuras, são da preferência do homem, razão porque se fazem conhecer como cores masculinas.



Sendo 12 as cores mencionadas, elas fazem um relógio de 12 horas, a que se pode dar valor mnemotécnico e didático: 1 verde limão, 2 verde, 3 turquesa, 4 azul, 5 anil, 6 violeta, 7 púrpura, 8 vermelho, 9 abóbora, 10 laranja, 11 amarelo-ouro, 12 amarelo (com brilho de pleno meio-dia).



Observa-se que em cada faixa se subdivide a cor dobrando o número.

A maneira prática de traçar o disco das cores se consegue criando primeiramente quatro triângulos sobrepostos e que tenham lados iguais (triângulo isósceles); teremos, então, uma estrela de doze pontas. O método é o da sobreposição na «estrela de David».



O primeiro triângulo poderá ser traçado com linhas largas, o segundo com mais finas, os restantes com tracinhos, para apontar sucessivamente para as cores primárias, secundárias e as de meios tons.



Unem-se, com um traço, as doze pontas, de sorte a haver uma figura com doze faces externas.



Para traçar as áreas das doze, divide-se primeiramente ao meio cada uma das doze faces; destes pontos partem para fora, em ângulos retos, as linhas divisórias das faixas das doze cores.



A ponta do triângulo indica o nome da cor; nos pontos do primeiro triângulo (linhas grossas), estarão as cores primárias, mas no segundo triângulo (linhas finas), estarão as cores secundárias, como laranja, violeta, verde; nas faces dos outros triângulos (linhas ponteadas), estão os tons.



Também se pode traçar as divisas a partir das pontas, como na figura ao lado, ficando as cores indicadas pelas faces esquerda e direita dos ângulos. Os pontos do triângulo em linha grossa indicam as cores primárias da linha fina, as cores secundárias, da linha picotada as cores terciárias.


 Cores terciárias. As cores terciárias resultam da mistura das três primárias, todavia uma delas com a metade do contingente, as outras duas cada uma com um quarto (como na cor secundária).



De índole neutralizada, as cores terciárias são obtidas, - como se disse, - pela mistura de três primárias; distinguem-se das secundárias, porque estas não misturam senão duas primárias.



Nesta maneira de misturar se obtém uma gama consideravelmente variada. A fim de impor uma ordem, precisa-se prescindir das peculiaridades de outra natureza e considerar inicialmente apenas as cores simplesmente como espécie.



As novas denominações se atribuem pela cor primária dominante; dali resulta haver: azul terciário, amarelo terciário, vermelho terciário.



As cores terciárias são obtidas pela mistura de cores binárias. Prevalece uma cor primária, com 50%, porém amortecida pelas duas outras, cada uma com 25%.


Azul terciário resulta de violeta (azul e vermelho) e verde (azul e amarelo).
Nestas condições o azul tem aspecto de piçarra, xisto, ardósia.
Vermelho terciário deriva de cor laranja (vermelho e amarelo) e cor violeta (vermelho e azul).
Agora o vermelho se amortece, como ladrilho.
Amarelo terciário nasce do verde (amarelo e azul) e laranja (amarelo e vermelho). O amarelo assim amortecido, pelo azul e vermelho, assume o aspecto deesfumado.

Cores quaternárias. Finalmente, as cores quaternárias se misturam de maneira ainda mais complexa, sendo que todavia fundamentalmente são apenas um complexo de três primárias.



As denominações das cores quaternárias oscilam muito e é hábito das indústrias de tinta criar combinações com nomes eventuais. Conforme o interesse do consumidor, algumas têm maior sucesso, outras menos.



A mistura de duas cores terciárias (que já contam com as três primárias) resulta em uma redistribuição das porcentagens. Têm origem, agora, as chamadascores quaternárias. Elas são muito freqüentes na natureza. Nesta se aproximam do verde, violeta e laranja (binários).



Por isso recebem frequentes vezes a denominação a partir destas cores. Então, verde significa binário: verde-oliva, verde-limão etc. o verde situado no plano das cores quaternárias.



As novas cores quaternárias correspondem sistematicamente ao que se diz: verde-oliva (referência ao verde binário), pardo de anta (referência ao alaranjado), violeta de ameixa (referência ao violeta binário). Nestas denominações se faz referência às cores de origem.

 As mesclas quaternárias se dão da seguinte maneira:


verde quaternário (verde-oliva) se obtém mediante o terciário amarelo (amarelo 50%, azul 25%, vermelho 25%) com terciário azul (azul 50%, vermelho 25%, amarelo 25%). Ocorre a predominância do amarelo e azul, com interferências do vermelho.
violeta quaternário nasce da mistura dos terciários azul (azul 50%, vermelho 25%, amarelo 25%) e vermelho (vermelho 50%, amarelo 25%, azul 25%). Ocorre, portanto, a predominância do vermelho e azul, interferidos por uma parcela de amarelo.
laranja quaternário funde os terciários vermelho (vermelho 50%, azul 25%, amarelo 25%) e azul (azul 50%, vermelho 25%, amarelo 25%), predominando amarelo e azul, com interferência do vermelho.

A cor quaternária também se obtém misturando uma primária com sua oposta, que é sempre uma binária:


- oposta de azul, laranja (vermelho e amarelo),
- oposta de amarelo, violeta (azul e vermelho),
- oposta de vermelho, verde (amarelo e azul).

A oposta traz sempre as duas outras cores fundamentais.

Cores neutralizadas. As cores, com três fundamentais, se neutralizam mutuamente. Tendem a destruir-se. Chamam-se cores neutralizadas, sob este ponto de vista.



Sempre são harmônicas com as cores, já porque contêm partes de todas, já porque não se manifestam impositivamente.



Pouco vivas, as cores neutralizadas se prestam para grandes áreas, como paredes, solos, fundos, totalidades de edifícios, objetos industriais, tecidos, expressões artísticas menos enfáticas, etc.



Aqui é o lugar para apreciar as tabelas de cores terciárias e quaternárias oferecidas pelo comércio, que as vende em latinhas de tinta.

Cores naturais. Cores dos pigmentos e outras substâncias. A natureza e os artifícios de laboratórios oferecem variadas espécies de cor e que são aproveitadas pelo homem. Difícil determinar suas proporções em vermelho, em amarelo e em azul.



Aproximativamente, é possível determiná-las como terciárias, de vermelho, amarelo e azul; ou como quaternárias de verde, violeta, laranja.



São mais raras as cores binárias (verde, violeta, laranja) e sobretudo bem raras as cores fundamentais puras (vermelho, amarelo, azul), e que por isso despertam a atenção quando ocorrem. Determinadas uma vez aproximativamente, consegue-se localizar todas estas cores ao longo do espectro, onde ocorrem sistematicamente.



Com semelhantes reduções, aperfeiçoa-se o conhecimento sobre as cores naturais o que efetivamente se deve fazer, é procurar conhecê-las intuitivamente



A maneira de preparar as cores e mesmo a sua composição química são levadas contudo em conta para entendê-las.



Arroladas as cores encontradiças na natureza e nos resultados industriais, acabam por receber denominações, formando-se assim um pequeno dicionário de nomes.



As designações recebem vulgarmente os nomes das plantas, flores, frutas, pedras, barro etc. em que tais cores se apresentam melhor caracterizadas. Dali vêm nomes como rosa, cereja, púrpura, violeta, laranja; ou compostos como verde-limão, violeta mineral.



Os nomes dados empiricamente obedecem vagamente ao esquema das cores terciárias (vermelho, azul, amarelo terciários) e quaternárias (verde, violeta, laranja quaternários). Poucas vezes os nomes conseguem dizer algo sobre a intensidade cromática; na explicação é preciso, então, anexar a qualificação da intensidade.



Quando os nomes são obtidos por transposição semântica dos nomes de objetos que possuem tais cores, possuem sugestões concretas relativamente seguras. Mas, é possível não termos a oportunidade de conhecer ditos objetos. Outra vez ocorre que tais objetos, sobretudo plantas e minerais, admitem variações cromáticas; eis quando, apenas a convenção poderá dizer qual das variações serve de ponto de referência.

  

 Vermelho puro, vermelhos binários e terciários.

  O vermelho, como cor primária, apresenta 17% de luminosidade e é notavelmente vivo.



Conserva o vermelho ainda este caráter luminoso quando misturado em forma de binário, com o amarelo para fazer o laranja e o vermelho-laranja.



Declina bastante a luminosidade do vermelho, ao formar o binário com o azul, como se vê no violeta e no vermelho violeta.



A neutralização do vermelho continua com a formação dos terciários, em que o vermelho, o azul e o amarelo simultaneamente comparecem, deixando a caracterização com o vermelho.



Ainda assim há terciários vermelhos consideravelmente luminosos. Os pigmentos vermelhos e todas as substâncias naturais e de laboratório vermelhas, ainda que neutralizadas, como é próprio das cores terciárias, oferecem cromatismos solicitantes.


"Os vermelhos que se distinguem por seus nomes de carmim, granza, alizarina, carmesim, cochinilha, solferino etc., têm, em geral, a mesma base cromática, ainda que a sua origem seja distinta.
O vermelho mais espectral é o carmim.
O escarlate é um vermelho intenso, com um leve matiz violácio
O vermelhão e o cádmio vermelho são vermelhos alaranjados.
Todas as variedades de vermelhos azulados ou laranjas, tais como o vermelho de Veneza ou Sevilha, Siena tostada, cereja, caoba, etc. são vermelhos" (J. Bamz, ibidem, 18).

Há pigmentos vermelhos compostos de mercúrio (como sulfureto vermelhão), de chumbo (óxido o3Pb4, mínio ou zarcão), de cádmio (como selenito), de crômio (como os cromatos básicos); sobretudo os pigmentos vermelhos são de ferro, tais como os óxidos naturais ou artificiais, colcotar, vermelhos da Índia, da Inglaterra, de Veneza, terras vermelhas em geral.



Além de tais pigmentos minerais, ocorrem as matérias corantes de origem animal e vegetal. Cochinilha, Orcina (púrpura francesa), pau vermelho.



Seguimos para uma lista de denominação das cores. Não caminhamos à maneira de dicionário, mas por classificação de grupos. Evitamos, contudo, fugir da semântica tradicional dos termos, o que o tecnicismo dos novos recursos da ciência moderna facilmente, e de direito, pode romper.


Tivemos o cuidado de conferir nossa classificação com o dicionário de J. Bamz, por razões práticas. Em se tratando de percepções simples e intuitivas, as cores não se definem mas se descrevem mediante relações extrínsecas, de cromatismo, intensidade, luminosidade, etc. A descrição pela indicação química aponta relações muito extrínsecas, mas, em certos casos, de valor, para organização do pensamento.


 A arrolagem dos vermelhos inicia pelos que levam a mesma denominação de vermelho.


Vermelho cardeal (referência ao colorido pomposo dos cardeais eleitores do Pontífice Romano). Púrpura brilhante. É lembrado também na cabeça vermelho-escarlate do pássaro conhecido pelo nome de cardeal.
Vermelho castelhano. O mais intenso dos vermelhos.
Vermelho Cincinati. Rico, brilhante, alaranjado.
Vermelho de crômio. Belo. Cromato básico de chumbo: Ph2O(CrO4).
Vermelho egípcio. Brilhante e rico.
Vermelho Goya (referência ao pintor Goya). Vermelho, alaranjado intenso.
Vermelho fazenda. Ligeiramente violácio.
Vermelho hindu. Mais claro que o vermelho castelhano. Intenso.
Vermelho imperial. É um vermelho-violeta, mas intenso.
Vermelho índio. Vermelho-laranja escuro, brilhante, próximo ao vermelho de Veneza.
Vermelho laca. Vermelho laranja médio, com valor escuro característico da laca (esta é produzida como resina).
Vermelho ladrilho. Levemente pardo. Um vermelho-laranja intenso.
Vermelho Pompéia. Vermelho-laranja intenso.
Vermelho Pouzolli. Terra vermelha parda.
Vermelho sangue. Vermelho um tanto azulado. Rico.
Vermelho Saturno. Vermelho amarelado ou mesmo purpúreo de Cinábrio.
Vermelho de Sevilha. Leve tendência para o azul. Próximo ao vermelho de Veneza.
Vermelho Tabasco (referência a uma salsa Tabasco). Vermelho laranja intenso peculiar.
Vermelho Turquia. Com grande saturação e amarelado. Pouco brilho.
Vermelho de Veneza. Semelhante ao vermelho de Sevilha, é definido como vermelho pardo de óxido.
Vermelho Vitória. É um vermelho laranja intenso.
Rubi (referência a uma jóia de cores variáveis, porém características). A cor rubi é rica e de um leve matiz azul. O vermelho se deve à presença do óxido crômico.
Vermelhão. Brilhante, com insinuação de amarelo. Vermelhão da China é o genuíno vermelhão. Consegue-se pelo tratamento de cloreto de mercúrio, dissolvido em ácido clorídrico concentrado, com tiossulfato de sódio. Obtém-se ainda pelo aquecimento de sulfeto preto precipitado, em solução de sulfeto de sódio. Como pigmento goza de reconhecida fixidez, de onde seu valor.

Outras denominações de vermelhos:


Alizarina (referência à raiz de alizarina, ou granza, ou ruiva, ou madder, uma planta comercial, de que se extrai este corante). Nome genérico para denominar os corantes obtidos desta planta, em geral vermelhos.
Trata-se de uma dihidroziantroquinona, que se cristaliza em cor alaranjada ou vermelha, solúvel no álcool e éter. Foi o primeiro corante natural a ser fabricado sinteticamente; nestas novas condições, ao ser lançado em 1871 no mercado, provocou conseqüências econômicas na Europa e Ásia, onde era produzida a alizarina.
Papoula (referência às pétalas da papoula). Vermelho-laranja brilhante.
Amaranto (referência à flor deste nome). Vermelho azulado, saturado e pouco brilhante. Há flores de amaranto verde, púrpura ou carmesim.
Ameixa (fruta). Vermelho azul, pequena saturação, pouco brilho.
American Beauty (referência à rosa deste nome). Vermelho violáceo escuro.
Arando (referência à uva arando, quando madura). Vermelho purpúreo escuro.
Azaléia, ou azálea (referência à flor deste arbusto, originário da China e Japão, de uso nas cercas vivas). Tornou-se frequente a pronúncia azaléia. Nome de tinta vermelha laranja.
Blotter pink. Rosa claro levemente azul.
Bluebell (referência à flor nacional da Escócia). Azul.
Borgonha (vinho). Vermelho, matiz azul, menos que o de Bordéus.
Bordéus (referência ao vinho deste nome). Vermelho azulado quente.
Capulho. Rosa delicado.
Cardo (referência à flor do cardo). Vermelho azulado.
Carmesim. Nome geral dos vermelhos que oscilam entre vermelhos azulados e vermelho puro.
Carmesim Harward. Cereja intenso violácio.
Carmim (referência a uma coccídeo ou cochinilha que fornece este corante). Vermelho vivo e rico. Tendência purpúrea. É o vermelho mais espectral. Também se extrai de algumas plantas. 10% de luminosidade.
Carmim de alizarina (referência à alizarina, ver Alizarina). Vermelho azulado frio.
Carmim Burt. Carmim intenso escuro (variedade).
Carne. Encarnado suave, pálido, ligeiramente amarelo.
Cereja (referência à fruta). Vermelho azulado.
Chama. Um escarlate (vermelho vivo), semelhante ao fogo.
Ciclamen (referência à flor européia). Vermelho azulado.
Cinábrio (referência a uma pedra, ou mineral, sulfureto vermelho de mercúrio). Matiz vermelho laranja. Também se denomina Cinábrio a uma laca vermelha chinesa.
Coral (referência ao coral natural, calcário). Vermelho amarelo. Variantes: Coral Blush (laranja vermelho, claro, suave). Coral velho (idem, levemente escuro).
Dália (referência à flor). Vermelho azulado brilhante, de pouca saturação.
Encarnado. Cor de carne ou de sangue.
Escarlate. Vermelho muito vivo e intenso, levemente violácio. Alguns o descrevem como vermelho laranja. Cor carmesim.
Escarlate brilhante ou escarlate iodina. Vermelho amarelado. Como gerânio intenso.
Flamengo (referência a um pássaro aquático, de plumagem branca rosada). Vermelho amarelo saturado, brilho mediano.
Framboesa (referência a uma planta ornamental de flores pendentes, de cálice vivamente encarnado e pétalas roxas, levemente azuladas). Púrpura com um vermelho saturado e brilho médio.
Fucsina. Corante da hulha, obtido por oxidação de uma mistura de anilina e toluidina, mediante ácido arsênico, tratada a rosanilina, que se origina, por ácido clorídico. Dissolvida em álcool e água quente, resulta em cor vermelha. Emprega-se para tingir lã e seda, como ainda para alterar ou mesmo falsificar vinhos.
Gerânio (referência à flor). Vermelho amarelado, saturado, brilho médio.
Granada. Um vermelho escuro intenso.
Groselha (referência à fruta). Vermelho intenso, violácio.
Heliotropo (referência à flor). Vermelho-azul.
Jacinto (referência à flor de jacinto, de variedades branca, rosa, azul, amarela). Vermelho azulado, de saturação e brilho médios.
Laca. Modalidade de tintas, obtida pela combinação de óxidos metálicos com substâncias corantes, vermelhas e negras. Produzida também por insetos (verniz da China) e resina de árvores. Lacre.
Morango. (referência à fruta). Vermelho com leve azul.
Malmaison. Um rosa apagado.
Melão (referência à polpa madura). Rosa amarelado pálido.
Óxido vermelho (vermelho óxido, referência a terras naturais de Veneza, Sevilha e outras). Vermelho laranja escuro intenso.
Peônia (referência à peônia, planta de flor rosada, púrpura, amarela, branca). Vermelho azul.
Pegeon Blood (sangue de pomba, referência a rubis desta cor). Vermelho intenso.
Pimentão (referência aos frutos ornamentais comestíveis desta hortaliça). Vermelho laranja claro. A pimenta assume às vezes a cor escarlate.
Púrpura. Vermelho violeta brilhante. Extraído primeiramente de um molusco (púrpura de Tiro), depois da Cochinilha. A púrpura de Cássius, no século XVII, para desenhos sobre porcelana; a coloração é púrpura. A púrpura marinha é um azul purpúreo escuro.
Rosa é a denominação geral para os matizes do vermelho com diferentes intensidades de branco. Variantes: Rosa árabe (intenso, ligeiramente azulado);Rosa aurora (do amanhecer); Rosa Baby (pálido, delicado); Rosa Bombom (rosa rico); Rosa festa (mais forte que rosa árabe); Rosa grego (pardo-carmesim apagado); Rosa Hunter (vermelho intenso da jaqueta inglesa de caçada); Rosa Laurel (levemente grisado); Rosa orquídea (carmesim róseo pálido); Rosa Pétala ou rosa maçã (referência ao rosa delicado da flor); Rosa Silvestre (apagado, suave); Rosa de Te (com toque amarelo); Rosa velho(apagado, suave); Rosa templa (agrisado); Roseglow (quente tostado).
Rubi (referência à pedra do rubi, cujo vermelho se deve ao óxido crômico). Vermelho médio, com elementos de azul. O rubi se obtém artificialmente, pela coloração do alumínio com óxido crômico, 2,5%.
Tomate. Um vermelho brilhante.

  

 Azul puro, azuis binários e terciários
.
   O azul com 50% de luminosidade, menos brilhante que o amarelo 70%, encontra-se dificuldade para ser denominado em suas variações terciárias. Com frequência leva os nomes das cores mais brilhantes, às quais empresta o matiz azulado. Também os azuis são menos diferenciados entre si, de sorte que oferecem menos atração e recebem nomes mais vagos.


"Nos azuis existe grande confusão e a definição corrente é pobre para expressar a verdadeira cor.
Uns consideram como azuis as cores mais vizinhas ao verde e outros o violeta; entre os primeiros se encontram os azuis de cobalto, Prússia, turquesa e cerúleo; entre os segundos, o índigo e o ultramar.
As cores celestes, turquesa e cerúleo podem ser consideradas como azuis com pouca saturação, ou degradados.
São também azuis o azul mineral, sálvia, esmalte, céu e cera; uns neutros e outros degradados. O moderno azul de ftalocianina substitui o Prússia" (J. Bamz, p. 19).

O azul, na natureza, se observa nas distâncias, por efeito do ar e dos vapores de águas.


É expressamente azul a abóbada celeste.
O azul também aparece no mar distante e na água profunda.
Mais raramente ocorre nos minerais e nas plantas.
Os pigmentos corantes azuis se obtêm de fontes variadas. Obtêm-se no grupo das oxazinas (azul de Nilo), do ferrocianato férrico (azul da Prússia), de ervas (anil) etc.

 Na relação dos azuis, começa-se pelos que levam o nome.


Azul abeto (referência às folhas de abeto, quando novas). É um azul verde, empardecido ou agrisado.
Azul academia. Resultante da mistura de ultramar e viridian (verde brilhante), por conseguinte, azul com um toque verde.
Azul de aço. Azulado gris e escuro.
Azul de Amberes. Pálido. Variedade menos carregada do azul da Prússia.
Azul baby. Claro. Azul pastel.
Azul bandeira. Escuro e intenso. Semelhante ao lírio azul.
Azul barco. Próximo ao púrpura. Escuro.
Azul Berlim. É o azul verdoso da Prússia.
Azul de Borrel. Rico de azul. Corante do grupo das tiazinas. Obtém-se pela ação do óxido de prata sobre o azul de metilena.
Azul Botticelli (referência ao azul do pintor Botticelli). Nebuloso e pálido, levemente gris.
Azul Brunswick. Variedade do azul da Prússia, matiz verde e profundo.
Azul cadete. Azul claro e gris.
Azul celeste (referência ao céu claro). Brilhante. Dito também azul cerúleo. Obtém-se o azul celeste com estanho de cálcio. Tinta fria.
Azul céu. Muito claro, como céu de verão.
Azul Cleópatra. Brilhante, levemente verde.
Azul cobalto. Um azul próprio para pintar paisagens, por causa de sua tendência ao verde. Claro. Brilhante, com 30% de luminosidade. Menos profundo que o ultramar, este azul básico dos artistas e levemente violeta.
Azul Copenhague. Brilhante. Violáceo.
Azul cianine. Resultante da mescla de cobalto (brilhante claro, tendência ao verde) e da Prússia (profundo e verdoso). Toques de verde.
Azul de Delft. Avermelhado. Pouco brilho.
Azul Devonshire. Toque do avermelhado de Delft. Suave.
Azul egípcio. Usado na antiguidade pelos egípcios e semelhante ao cobalto.
Azul elétrico (referência à cor da faísca elétrica). Frio. Verdoso.
Azul escocês. Médio.
Azul esmalte. De pouca cor. Brilhante, tendência ao verde. Cobalto vitrificado.
Azul flamengo. Intenso, rico, agrisado.
Azul de Nilo. Corante artificial metacromático, do grupo das oxazinas. Nas soluções alcólicas são de azul puro, as aquosas são violáceas.
Azul francês. Semelhante ao ultramar; medianamente verdoso. Silicato de alumínio, silicato de soda e sulfato de sódio. Utilizado na aquarela.
Azul golondrina. Gris.
Azul gruta (referência ao azul da gruta de Capri, Itália). Intenso.
Azul horizonte. Claro e levemente gris.
Azul império. Toque de gris. Verdoso.
Azul insígnia. Escuro. Aproveita-se um uniformes militares.
Azul linho (referência à flor azul do linho). Levemente vermelho.
Azul de Lucerna. Um azulado de lavanda, este com o matiz violeta vermelho claro desta flor.
Azul Madonna (referência às Madonas de Rafael). Azul violáceo mediano.
Azul Magdalena. Atraente e vivo. Mistura dos azuis turquesa (azul verde intenso) e pavão.
Azul marinho. Ultramar escuro. 10% de luminosidade.
Azul meia-noite. Escuro, quase negro.
Azul de Metilena. Azul resistente à lavagem e à luz, para seda e algodão.
Azul mirto (referência à flor do mirto). Azul-vermelho claro.
Azul montanha. Azul azurita (este um amarelo, do azurita, um mineral de cobre).
Azul de Paris, similar do da Prússia. Mais precioso.
Azul pavão real (referência às penas do pavão real). Chamativo e atravente.
Azul pólvora. Pouco saturado, com matiz verde. Brilho médio.
Azul porcelana (referência à porcelana de Chelsea).
Azul da Prússia (referência à Prússia). O tom azul de água é profundo, marcado por um verdoso característico. Resulta do ferrocianeto férrico.
Azul de Ptalocianina. Profundo e verdoso, como o Prússia, ao qual, modernamente, passou azul substituir, em virtude das vantagens que oferece.
Azul rainha. Medianamente claro.
Azul Della Robbia (referência à escultura de Della Robbia e à argila azul brilhante). Brilhante.
Azul royal. Levemente violáceo.
Azul de Turnbull. Sólido azul. Ferrociante ferroso.
Azul turquesa (referência à cor da pedra semipreciosa deste nome). Característico azul verde intenso. 32% de luminosidade.
Azul ultramar. Tendência para o escuro e violáceo. É o azul básico de uso artístico. Obtém-se com sulfúreo de sódio e silicato de alumínio. É capaz de produzir verdes apreciáveis, em mistura com o amarelo.
Azul Yale. Um azul-verde, de brilho médio.
Azul Zafiro (referência à pedra preciosa). Azul intenso, com leves matizes de amarelo.

Outras denominações de azul:


Água-marinha (referência azul uma pedra semipreciosa, de variedade de brilho, em geral verde-mar; também há águas-marinhas de azul celeste e azul escuro. Como cor, água-marinha indica azul verde. Valor claro ou médio.
Ultramuz ou Tremoço (referência a uma leguminosa, das quais uma tem flor azul). Um azul purpúreo.
Ametista (referência à ametista, variedade roxa de quartzo). Um matiz púrpura azulado intenso. No calor de 500 graus azul ametista toma azul coloração amarela ou castanha, com feições de topázio.
Amora (referência à esta fruta, tipo framboesa). Azul avermelhado escuro, pouca saturação.
Anil (extraído de ervas leguminosas, o anileiro, ou indigueiro, obtido também por síntese). Azul escuro verdoso. Combinado com os amarelos dá origem a verdes apreciáveis.
Cinzas de ultramar. Um azul gris de muita delicadeza.
Cerúleo (veja-se azul celeste). Brilhante. Cor do céu azul.
Clemátide (referência à flor da Clamátide, ou Clemátite). Azul intenso.
Ching (referência ao azul característico da cerâmica da dinastia chinesa Ta Ching). Azul intenso brilhante, com toques de verde.
Chow. Azul brilhante, similar ao azul primário, um pouco mais escuro.
Delphinium (referência à flor deste nome). Azul violeta.
Genciana (referência à flor desta família de plantas rasteiras, com belas flores, de 400 variedades). Azul de pouco brilho e pouca saturação, levemente avermelhado.
Gobelin (referência à família Gobeli, célebre família de tintureiros e fabricantes de tapeçarias, de Paris). Um azul verde claro.
Homage. Um azul ultramar escuro.
Hortênsia (referência à flor desta planta arbustiva, natural da China e do Japão, de flores brancas, azuis, rosadas). Um azul rosado.
Íris (referência azul uma espécie de lírio, da família das iridáceas, de 200 variantes). Um azul avermelhado, pouco saturado.
Jockey Club. Um azul escuro.
Lápis-lazúli, ou Lazulita (referência a este mineral, de natureza opaca, um silicato composto de alumínio, sódio, cálcio, ferro, com cor azul, fundido dificilmente, solúvel nos ácidos, encontrável na Ásia). Um azul violáceo, chamado também ultramar.
National Blue (referência à bandeira americana). Azul médio.
Navy Blue (referência ao azul da marinha americana). Azul escuro.
Orquídea (referência à flor desta planta ornamental). Um azul vermelho, de saturação e brilho médios.
Pequim (referência à capital chinesa). Um intenso azul, com elementos de gris.
Periwinkle. Um azul púrpura claro.
Pompadour. Azul pálido.
Púrpura marinha (veja-se «púrpura»). Um azul de caráter purpúreo e escuro.
Wedgwood (referência ao ceramista inglês, de igual nome). Um azul intenso, com variedades: escuro, claro (pastel apagado). E há o verde wedgwood (amarelo verdoso apagado).

  


Amarelo puro, amarelos binários e terciários.



O amarelo puro detém 70% de luminosidade. Ao se misturar, diminui esta luminosidade. Ainda que se neutralizando bastante com as misturas com as cores terciárias e quaternárias, conserva ainda algum brilho.


Além de emprestar tonalidades aos terciários de azul e vermelho, bem como aos quaternários de laranja, verde e violeta o amarelo mantém uma seriação de cores específicas.
"Como amarelos se designam os cádmios (claro e médio) e os cromos; os primeiros têm tendência para o vermelho e os segundos para o verde.
O amarelo limão e o de aço são quase análogos.
A aureolina é algo mais brilhante que o cádmio claro, porém com a mesma direção cromática.
O amarelo de Nápoles é um amarelo dessaturado.
São além disto amarelos de champanha, canário, limão, milho, palha, primorosa, sulfureto e creme" (J. Bamz. Ibidem, 19).

A fonte mais frequente do amarelo, sobretudo para pintar paredes é o ocre (ou ocra). Trata-se de terra argilosa, geralmente amarela, as vezes castanha ou avermelhada.


ocre se constitui de óxido de ferro, ora mais ora menos hidratado, óxido de alumínio, anidrido silício (sílica) e óxido de cálcio (cal). A coloração é devida ao óxido de ferro, as vezes aos óxidos de magnésio. O ocre, geralmente amarelo, torna-se vermelho ao ser desidratado, queimando-o. Há, pois ocre vermelho e amarelo.
Ocorrem ainda outras fontes minerais para a criação do amarelo. Assim, por exemplo, o amarelo real, ou de cromo, constitui-se de cromato de chumbo; oamarelo de Cassel, o de Turner, o de Verona, são oxicloretos de chumbo; o amarelo de palha é sulfato básico de chumbo; o amarelo de Colônia, resulta da mescla de sulfato e cromato de chumbo; o amarelo de Nápoles, procede do antimoniato básico de chumbo; o amarelo de Steinbuhl se constitui de cromato duplo de cálcio e potássio; amarelo citrino deriva do cromato básico de ferro, por precipitação; o amarelo cobalto é um nitrato cobalto-potássio.
São de origem orgânica o amarelo indiano (jaunes indien, purrey) e Goma-guta (da Índia). Em Bengala se obtém o amarelo indiano pela fermentação de urina de vaca com folhas de manga.

Relação de amarelos:


Amarelo aurora: um amarelo de cádmio.
Amarelo de cádmio: sulfureto de cádmio. Resistente. Na mescla com azuis, este amarelo produz verdes bonitos. Na mescla com brancos, dá tintas de grande brilho. Na mistura com cinábrio e laca de carmim, dá origem a alaranjados expressivos.
Amarelo de Barie (referência a um metal alcalino terroso). Um amarelo pálido de matiz verde. O bário é o elemento alcalino dos metais terrosos. Dos seus compostos, o nitrato de amônia, e o clorato se produzem os fogos verdes, na pirotécnica.
Amarelo zinco. Verdoso. Constituído de cromato de zinco.
Amarelo de cromo (constituído de cromato de chumbo). Um amarelo avermelhado (procedendo o vermelho do cromo). Saturação média. Brilhante 50% de luminosidade. Muito bonito porém venenoso. Variantes: cromo amarelo (muito brilhante), cromo laranja (variedade, com índole laranja).
Amarelo ouro (ver áureo). 60% de brilho.
Amarelo abóbora (44% de luminosidade).
Amarelo de cobalto. Brilhante, com tendência para o verde. Aureolino, O cobalto se emprega na fabricação de pigmentos para a louça policroma.
Amarelo de Espanha. Similar ao pálido verdoso do amarelo limão. Brilhante.
Amarelo de estrôncio. Um amarelo apagado, porém brilhante. Matiz verdoso. O estrôncio é uma metal alcalino terroso, de que os minérios mais importantes são o carbonato e o sulfato (celestina).
Amarelo de Hanza. Laca artificial, amarela. Muito brilhante.
Amarelo limão. Pálido. Verdoso. 69% de luminosidade.
Amarelo de Nápoles. Um amarelo claro. Verdoso.
Amarelo de Ranúnculo (referência à flor de ranúnculo). Um amarelo avermelhado claro.

Denominações de amarelos com outros nomes:


Alfena (referência às folhas deste arbusto da família das oleáceas). Um amarelo avermelhado com elementos pardos, saturação média, pouco brilho. Uma espécie de laranja.
Áureo (referência ao ouro, brilhante). Um amarelo brilhante.
Aureolina. Um amarelo muito brilhante, com toques de verde.
Açafrão (referências a esta planta da família das iridáceas; seus estigmas oferecem o corante, cujo princípio ativo é a safranina, de core vermelha). Um amarelo avermelhado brilhante.
Enxofre (referência ao calcogênio deste nome). Um amarelo verdoso pálido.
Bege. Um amarelo pardo, neutro claro, como a lã em seu estado natural. Variantes: Bege francês (amarelo com matiz rosado): Bege Meloso (tom amarelo pardo, pálido, quente).
Cádmio claro. Um amarelo brilhante e quente. É um sulfureto de cádmio (metal semelhante ao aspecto do estanho), corante aproveitável na indústria. Em mistura com os azuis, oferece verdes bonitos; com o branco, tintas brilhantes de amarelo claro; com o cinábrio e com a laca de carmim, alaranjados expressivos (veja-se amarelo de Cádmio).
Cádmio limão. Um amarelo com tendências ao verde. Brilhante.
Canário (referência ao amarelo desta ave). 77% de luminosidade.
Capuchinha (referência á flor desta trepadeira). Um amarelo avermelhado.
Cáqui. Um amarelo de palha, pardo claro. Cor de barro. Conhece-se em alguns uniformes militares.
Creme. Um amarelo claro e suave.
Cromo. (Veja-se amarelo de cromo). Um amarelo avermelhado, saturação média, brilhante. Variantes: cromo amarelo (brilhante, primário); cromo laranja (com caráter de laranja).
Creme. 76% de luminosidade.
Casca de ovo (Egg shell, referência à casca de ovo da galinha). Amarelo claro, delicado. Ou bege claro.
Champagne (referência ao vinho deste nome). Amarelo claro.
Chartreuse (referência ao licor do mesmo nome). Amarelo verde
Dourado. Um amarelo pardo, com variantes em matizes de ouro-verde e ouro-vermelho.
Estragão (referência uma planta de horta). Um amarelo verde gris suave.
Freésia (referência a uma planta de salão) da família dos lírios). Um amarelo pálido.
Girassol (referência às pétalas do girassol). Amarelo intenso.
Granadina (referência a um xarope, que se mistura com outras bebidas). Um amarelo avermelhado, com maturação e brilho.
Honeydew (referência a um melão). Amarelo avermelhado com grande saturação e brilho.
Indio (extrato de urina de camelo). Um amarelo vermelho saturado e brilhante. No uso é transparente.
Jasmim. Um amarelo quase branco. Cor pastel.
Limão (ver amarelo limão).
Mantiquilha, ou nata. Um amarelo intenso.
Maracotão (um fruto). Um amarelo vermelho, saturação pequena grande brilho.
Mel. Um amarelo, com tendências de laranja, claro.
Ocre (substância terrosa natural com variantes amarela, vermelha, parda). 60% de luminosidade. Um amarelo neutro. Variantes: ocre amarelo (amarelo apagado); ocre de ouro (amarelo mais intenso, na direção do amarelo e cromo); ocre vermelho (matiz avermelhado, resultante da calcinação); ocre tostado(amorenado, vermelho-ladrilho).
Ouro Velho. Um amarelo brilhante, com um toque de escuro.
Palha. Um amarelo claro.
Primavera (referência às pétalas das flores ornamentais com este nome, buganvilea, ou três marias, primula, manacá).
Sândalo (madeira da Índia). Um bege quente, mais escuro, bege tostado.
Sunlight (luz do sol). Um amarelo laranja pálido.
Tília. Um amarelo de saturação média, grande brilho.
Tijolo amarelo. 32% de luminosidade.

  

 Violetas quaternários e variantes.



O violeta puro é cor binária, resultante da combinação de azul e vermelho, com 5% de luminosidade. Admite também, nestas condições, a denominação de púrpura.



Na combinação quaternária, assume o violeta variações peculiares, ainda que de pouco brilho.


"O violeta, ou púrpura, é uma cor que falta no espectro e que está constituído pela mescla de radiações vermelhas e azuis.

O rosa puro é mais bem uma gradação púrpura que de vermelho. São violetas as cores heliótropo, lavanda, lilás, malva, pensamento, petúnia, púrpura real, violeta mineral, etc.; violetas avermelhados, púrpura alizarina, beterraba (remolacha), cereja, carmesim, granate, magenta, laca púrpura, framboesa, etc., e azulados o violeta cobalto, de Parma meia noite, violeta ultramar, etc" (J. Bamz, Ibidem 18-19).



Os pigmentos puros de violeta são poucos. Um deles é o violeta de Borgonha, fosfato de amônio e manganês. Outro é o violeta de cobalto, que se obtém por calcinação de fosfato de cobalto hidratado.



Os violetas são conseguidos em geral por mescla de vermelho e azul, da mais variada procedência ternária.



Observa-se o violeta na atmosfera; por isso importa muito na pintura ao ar livre e impressionística, para reproduzir os delicados tons das distâncias, a vaporosidade do ar, os efeitos matutinos e vespertinos do sol, as regiões do céu que estão fora da incidência dos raios diretos do grande astro que se põe.



A lista das variantes de violeta não se faz sem invadir a das variantes de vermelho (de uma parte) e a das variantes de azul (de outra parte). Uma vez que fizemos com prioridade aquelas relações já nos antecipamos no conhecimento de vários violetas. Vão ali os violetas, com mais algumas variantes.


Violeta de Cobalto. Fosfato de cobalto. Intensamente azul. Brilhante. também ocorre um violeta cobalto com tendência para vermelho, em vez do azulado intenso.
Violeta de Manganês. É um violeta claro. No que se refere ao manganês, trata-se de um metal branco acinzentado, que se oxida superficialmente exposto ao ar, assumindo um lustre róseo.
Violeta Mineral. Uma variedade de azul avermelhado do azul ultramar. Compõe-se de fosfato de magnésio.
Violeta Parma. Um violeta avermelhado. Intenso.
Violeta Magenta e violeta solferino. São lacas de anilina, muito belas, mas prejudicam à pintura.

 Outras denominações de violeta.


Beringela (referência à baga de cor escura a arroxada que tem este nome). Um violeta escuro, intenso abundante.
Bispo (referência à sua cor). Um violeta azulado.
Brejo (referência ao brejo). Um violeta azul grisado.
Carmesim. Um vermelho azulado, com variantes; carmesim (cereja intenso, rico, com matizes de violeta). Veja-se a relação dos vermelhos terciários; idema respeito de carmim.
Cathay (referência a um pássaro americano). Um púrpura azul.
Lírio Japonês. Um púrpura azul intenso.
Lotusolue (azul de lothus). Um púrpura azul.
Mingnon. Um violeta com toques de azul pálido.
Mistério. Violeta com tendência azul, similar à lavanda.
Pensamento (referência à flor deste nome). Um violeta, com elementos de azul, intenso rico.
Púrpura. Um vermelho violeta (veja-se na relação dos vermelhos).
Lilás 40% de luminosidade.

  


Os verdes quaternários e variantes.
 O verde puro é a combinação em partes iguais do amarelo e do azul.


verde quaternário (verde-oliva) se obtém mediante o terciário amarelo (amarelo 50%, azul 25%, vermelho 25%) com terciário azul (azul 50%, vermelho 25%, amarelo 25%).
Ocorre, pois, a predominância do amarelo e azul, com interferências do vermelho.
Portanto, da combinação de amarelo e azul, - isto quer dizer que a mistura das três cores fundamentais (azul, amarelo, vermelho), com predominância de azul e amarelo, - resulta o verde quaternário.
Sua natureza neutralizada converte tais cores em verdes mansos.

Os pigmentos oferecem os mais variados matrizes de verde, de acordo com as predominâncias e outras mais interferências.


"Entre os verdes, o esmeralda e o viridiano são de tendência amarela; o óxido de cromo é algo neutro. Os verdes de cobalto são muito azulados. Todas as cores equilibradas entre o azul e o amarelo são verdes, como maçã, garrafa, cobalto, jade, folha, malaquita, agárico (muerdago), etc; são verdes amarelos e verde bronze, Brunswick claro, cedro chartreuse, cesped, musgo, oliva, guisante, etc. e azulados, o Brunswick intenso, cromo mirto, mignonette, etc. " (J. Bamz, Ibidem, 19).

A natureza é fecunda em gradações de verde, porquanto são inúmeras as plantas, cada uma com seu tipo de folhas.



Com dificuldade as tintas fabricadas atingem sua reprodução e também não sem dificuldade o artista consegue verdadeiramente determinar a exata cor verde que a natureza em cada instante oferece.


Os verdes se constituem, em geral, de sais de cobre ou de crômio ou de mesclas de pigmentos azuis com pigmentos amarelos.
Os corantes minerais de cobre dividem-se em verdes de cobre com arsênio, de que o mais importantes é o verde de Schweinfurt, e verdes de cobre sem arsênio, de que os mais importantes são verdes de montanha, verde de Bremen. O verde Casselmann é um sulfato básico de cobre, da cor verde viva.
Os verdes de crômio têm o seu mais importante espécime no sequi-óxido de crômio, mais ou menos hidratado, com o nome de verde guinet ou verde esmeralda. São fosfatos básicos de crômio, os verdes de Armadon, Plessy e Schnitzer.
Anotamos ainda o verde de Riemann, que é um zincato de cobalto, que se obtém por calcinação de óxido, ou de um composto de zinco, umedecido mediante solução de nitrato de cobalto.
verde inglês é obtido por precipitação simultânea do azul de Prússia e amarelo de crômio, adicionado depois a sulfato de bário.
Terras verdes são geralmente silicatos de alumínio e magnésio, e cabendo a coloração à presença de silicato ferroso. Dali os verdes de Bohêmia, de Verona, De Chipre, verde francês.


 Um elenco de variados verdes quaternários:


Verde-agárico ou almuerdago (referência a um cogumelo). Um verde equilibrado entre azul e amarelo, como o das folhas do agárico.
Verde-alpe. Amarelo verde.
Verde-Arcádia. Verde amarelado, um tanto claro.
Verde-bilhar. O conhecimento verde amarelado que cobre as mesas do jogo de bilhar.
Verde-bosque (referência aos bosques). Um azul escuro de grande intensidade, com um toque azulado, 12% de luminosidade.
Verde-Brewster. Outro verde azul escuro.
Verde-Brunswick, como verde cromo, mistura de amarelo de cromo este muito brilhante, de azul da Prússia (este azul profundo e verdoso).
Verde-capulho. Verde amarelo claro.
Verde-cinábrio. Cromato de chumbo, cianureto de ferro. Utilizável puro.
Verde-cobalto, verde um tanto azulado. Combinação de zinco e cobalto. Combinado com amarelo de zinco, produz belas gradações.
Verde-cromo, deriva do amarelo de cromo e azul da Prússia, portanto de amarelo brilhante e azul profundo. O verde de cromo é um óxido trivalente (Cr2O3). Ocorre como pigmento permanente na pintura a óleo.
Verde-esmeralda (referência a pedra preciosa esmeralda de cor verde brilhante). Um verde muito intenso, vagamente amarelo. Compõe-se de óxido de cromo.
Verde-folhagem (referência à folha de nogueira).
Verde-golf. Um verde brilhante médio.
Verde-Hockel (mistura de azul de prússia e do amarelo Gambode). Matiz fundamental oliva, apresenta duas variedades, amarelada e azulada.
Verde-folha (referência às folhas novas). Verde amarelo. 20% de luminosidade.
Verde-Hunter. Um verde mediano.
Verde-Jungla. Verde amarelado escuro.
Verde-limão, 60% de luminosidade.
Verde-loro (referência à plumagens de um pássaro). Um amarelo verde brilhante.
Verde-maçã. (referência a maçã). Verde amarelo.
Verde-mar, verde azul claro da profundidade de água.
Verde-menta (referência à folha de menta). Verde gris.
Verde metálico. Verde-oliva amarelado brilhante.
Verde-musgo. Verde amarelo.
Verde-montanha. Um verde escuro, levemente azulado. Referência aos montes vistos de longe.
Verde-Nilo, verde amarelado.
Verde-oceano, um pálido verde amarelado.
Verde-oliva (referência à oliva, ou azeitona). Verde amarelado escuro. Ou combinação de negro e de amarelo índio.
Verde-palmeira, verde limão neutro.
Verde-Paris, amarelo verde vivo, de brilho intenso (mais que o céspede verde do prado ao sol do meio dia). Coincide o verde de Paris com o verde Schweinfurt, que é um pigmento de cor verde brilhante, usado como inseticida. Composição química aproximada: Cu (CH3C00) 2+3Cu(As02). É, pois um aceto-arsênico de cobre.
Verde-primavera. Um verde folha, enquanto nova.
Verde de ptalocianina, um azul ptalocianina, na variante verde.
Verde Rickey (referência à cor da terra chamada Rickey). Semelhante ao verde amarelo intenso do sol visto através das folhas.
Verde de Sheele. Arsenito de cobre de composição variável, que serve como pigmento verde. Consegue-se juntando-se a uma solução de sulfato de cobre uma solução de arsenito de álcool.
Verde veronês. Similar ao verde Viridian a mais claro. Brilhante. É um talco zoográfico.
Verde Viridian. Um verde brilhante, menos claro que o veronês. De aspecto transparente. Fresco. Substitui, com vantagens, o verde esmeralda, que é um pigmento falso.
Verdigris, um verde azulado, luminoso.

Outras denominações que dizem variantes do verde:


Absenta (referência ao licor de Absenta). Verde amarelo claro.
Água-verde, verde amarelado suave. Pálido.
Almendra (referência à parte posterior das folhas de almendra). Verde gris.
Aquarelle, verde-azul claro. Distância-se de aguamarinha, que é azul-verde.
Agrião (Berro, dos espanhóis, referência ao agrião tenro). Verde azul intenso.
Cerâmica (referência às cores próprias da cerâmica), verde azulado, com variantes na direção do azul.
Céspede (referência à relva, dos prados, ao sol de meio dia). Verde amarelado brilhante.
Diana, verde claro, cromatismo intenso.
Azinheiro (encina, em espanhol, referência às folhas do azinheiro verde amarelo apagado.
Espinafre (referência à hortaliça), verde escuro suave.
Ingênuo, verde amarelo. Pouca saturação cromática.
Jaspe (referência ao quartzo deste nome). Verde amarelado, pouca saturação, brilho apagado. Note-se que existe também pedra jaspe preta.
Alface (referência às suas folhas), verde amarelo.
Lima (referência ao fruto maduro), verde amarelo. Distingue-se do limão, que é amarelo verde claro.
Liquen (referência a esta planta criptogâmica, de fungos e algas), verde esbranquiçado.
Malaquita (referência à um mármore, lustre semimetálico, traço verde azulado, cor esverdeada). Verde amarelo claro (diz J. Bamz).
Mirto, ou Murta (referência à um arbusto). Um verde rico e escuro.
Pepino (hortaliça). Verde amarelo.
Pinheiro (árvore). Verde suave escuro.
Salva, ou Sálvia (referência à folha seca). Verde amarelo intenso.

   
Os laranjas quaternários.




Como binário, o laranja resulta da mescla de vermelho e amarelo. Em tais condições é eminentemente brilhante, com 50% de luminosidade. Na mistura quaternária neutraliza notoriamente suas características, tal como sucede com o verde e o violeta, seus companheiros binários, quando passam ao plano quaternário. Em compensação o laranja quaternário oferece uma grande variação aos laranjas.



"O minio, cinábrio e vermelho de saturno são laranjas amarelados; o cádmio laranja, vermelho de aço e vermelhão claro derivam para o vermelho.

Como laranjas se classificam o creme cálido, marfim antigo, caoba pardo, roble, ocre romano, etc.



São laranjas amarelos o albaricoque, bege, camurça, canela, casca de trigo, gomaguta, tostado claro e baunilha (vanilla).



E laranjas vermelhos o cobre, coral, cádmio, escarlate, carne, coaba natural, ocre vermelho, laranja de Marte, melocotão, vermelho de ladrilho, vermelho claro, salmão, terracota, terra rosa, etc.." (J. Bamz, Ibidem, 19).


          Laranja Brilhante. Corresponde à cor da casca de laranja. Como diz o nome, é brilhante.


Laranja Cromo. Amarelo vermelho, de muita saturação e brilho, como é próprio desta área de cores. O vermelho procede do lado do cromo.
Laranja Índio, de novo, amarelo vermelho brilhante.
Laranja Príncipe, um laranja avermelhado.
Laranja Tostado, um laranja vermelho escuro, mediano.


 Outros nomes indicadores de laranja, com suas variantes:


Coral Bluch (como coral seria um vermelho amarelo do coral natural, é um laranja avermelhado, claro, suave. Semelhante é o coral velho, um laranja com um toque vermelho e levemente escuro (Veja-se a relação dos vermelhos).
Kumquart (referência a um pequeno citro japonês). Um laranja amarelado.
Leafmold, um laranja avermelhado intenso.

  


§8. Pardo, Gris, Cinzento
.





Denominações mais ou menos equivalentes, pardo, gris, cinzento, se definem como um equilíbrio entre o preto e o branco.


Gris conota ligeiramente com azulado, assim se diferenciando algum tanto de pardo.
Cinza conota vagamente com apagado e triste.
O equilíbrio entre o preto e o branco é obtido quando se misturam as cores com suas complementares. Ou quando simplesmente se misturam o preto e o branco. Há, pois, duas espécies, pela forma de se originarem, de pardos, grises, cinzentos.
Na mistura de uma cor com as suas complementares resta algo de cor, porquanto ocorre a dominância de uma delas na seguinte proporção: 50% + 25% + 25% = 100%.

Na linguagem comum ou vulgar não ocorre um fixação segura do que se deva entender por cinzento, gris e pardo; nem mesmo os autores de livros se manifestam definidos.



Em qualquer acepção que se dê a estas denominações, importa que elas exprimam um instante de equilíbrio, quer se trate de cores, quer apenas de preto e branco.


Diz Simão Goldmann:
"Amarelo e violeta equilibram-se quando misturados em partes oticamente iguais, formando o cinza neutro" (Psicodinâmica das cores, I. P.261, 3-a ed.).
"O alaranjado... encontra equilíbrio na sua complementar, isto é, no azul... resultando da mistura de ambas, em partes iguais, o cinza" (Ibidem, 261),
"O vermelho... equilibra-se com o verde, dando origem também ao cinza neutro. E o branco e o preto nem necessitam de comentários. Branco, símbolo de inocência e pureza, misturado com preto, de imediato forma o cinza. O que é então o cinza neutro? Representa nesta série de considerações, o termo médio entre todas as cores" (Ibidem 161-162).
Agora Bamz:
"O preto misturado com branco produz o gris neutro, salvo exceções das que já falamos em outro lugar. Na prática não se obtém o gris neutro mesclando quantidades iguais de branco e preto, senão aumentando a proporção deste último. O gris de Payne é uma mescla de ocre, ultramar e preto de marfim por preto de fumaça (negro humo se designa um negro cálido: o de marfim é algo azulado" (Arte ciência da cor).
Silveira Bueno, em seu Dicionário:
"Pardo. De cor entre branco e preto, quase escuro; mulato; mestiço. Gris, cinzento-azulado; pardo; cinzento. Da cor de cinza".
Aurélio Buarque, no Médio Dicionário:
"Pardo, de cor entre o branco e o preto; quase escuro, de um branco sujo duvidoso, de cor pouco brilhante, entre o amarelo e o castanho; diz-se de qualquer dessas cores. Mulato".

Fundamentalmente só há dois gêneros de equilíbrio, ou de cores, e ou de preto e branco.



No caso das cores, ocorrem de novo especificações: Há tantas espécies de equilíbrio, quantas vezes for possível criar oposições complementares. Sistematicamente, os equilíbrios receberão os nomes dos termos equilibrados.



Desta sorte, introduz-se um sistema de variações pardas e que participam ligeiramente uma das três cores fundamentais.



O pardo, quando entendido como cor, resulta de uma composição de três cores fundamentais, dispostas, porém, complementarmente. Tomada uma cor e a sua respectiva complementar, esta segunda envolve sempre duas outras fundamentais; resulta, então, no instante de equilíbrio, a participação de três fundamentais.



É complementar de azul, isto é, sua oposta no círculo das cores, a cor laranja (mistura das outras duas cores fundamentais, amarelo e vermelho); a fusão azul e laranja, resulta em um pardo ou gris; esta fusão contém 50% de azul, 25% de vermelho e 25% de amarelo.



Vermelho possui a sua complementar em verde (fusão de amarelo e azul). Misturando vermelho e verde, obtém-se um equilíbrio.



Enfim, amarelo possui a complementar em violeta, resulta um gris.



Mais complexos se tornam os conjuntos complementares das cores secundárias, porque as mesmas secundárias já possuem duas fundamentais; em contrapartida, as complementares contém outras diferenças.



Por exemplo, a cor complementar de amarelo-verde (limão) é vermelho-azul (púrpura); limão possui duas cores, sendo dominante vermelho, insignificante azul; púrpura apresenta duas cores, sendo dominante vermelho, insignificante azul, das mescla peculiar, resulta um equilíbrio, ou seja um gris.



Já se observa que o pardo, como cor, é sempre uma cor terciária. Distingue-se das demais cores terciárias, porque o pardo mistura apenas aquelas cores que se dispõem como complementares, de sorte a se equilibrarem.



Como cor terciária e equilibrada, o gris ou o pardo, é encontradiço na natureza: nas madeiras, nas folhas secas, na pele humana.



Não fazendo contraste, harmoniza-se o pardo com todas as cores restantes. Por isso, a natureza oferece um panorama notoriamente harmônico.



Sendo os pardos de pouca luz, acalmam o ambiente; ao terem domínio, não oferecem suficiente ocupação à vista, razão porque os pardos apenas se prestam para exercerem em combinação com as demais cores do palco da natureza.


É possível distinguir entre pardos quentes, com notório predomínio do vermelho e laranja, e pardos frios ou pálidos, em que se manifesta um tanto mais o azul. E este último particularmente, se diz cinzento, na voz popular.


 Arrolam-se diferentes pardos, de nomes consagrados:


Pardo-amadou (referência a uma substância esponjosa vegetal); confere com o pardo do chocolate. Rico. Avermelhado.
Pardo-castanho. Amarelado, intenso, rico.
Pardo-couro (referência ao couro curtido). Tons de vermelho.
Pardo-dourado. Amarelado.
Pardo-inca (referência à pele), intenso, escuro.
Pardo-índio (referência à pele). Amarelo avermelhado. Intenso.
Pardo-marte. Óxido de ferro precipitado. Com muito resistente.
Pardo-moreno, amarelo, intenso.
Pardo-oliva. Amarelo dourado, com elementos oliva.
Pardo-outono (referência à natureza do outono). Tendência para o vermelho.
Pardo-Rubens (referência ao pintor Rubens, da escola flamenga e que deu uma variedade ao quadro de Van Dyck).
Pardo-Van-Dyck (referência ao pintor flamengo Van Dyck), neutro, rico, adusto, levemente escuro.
Pardo-Verona. Esverdeado e adusto.
Pardo-zulu, esverdeado.
Caput-mortuum-escuro; colcotar ou peróxido de ferro. Pardo azulado. Produz tintas azuladas bonitas, cheias de luz, na mistura com azuis e branco.
Terras de sombra, óxido de ferro. Usa-se geralmente em combinações, raras vezes isolante.
Asfalto (referência ao betume, um hidrocarboneto), mistura-se com óleo, para veladuras.






As modalidades de grises, resultantes do equilíbrio entre preto e branco, se obtém pelo acréscimo de tons tomados a alguma outra tinta.


Haveria um gris puro (preto e branco, simplesmente misturados) e grises ligeiramente coloridos, respectivamente de azul, vermelho, amarelo, etc.
São conhecidas as variedades de grises, com denominações próprias:
Gris de aço (matiz azul).
Gris de águia (gris de matiz azul escuro da pela da águia viva).
Gris Ardoise (referência à ardósia xisto).
Gris de cadete (azulado).
Gris francês (tendência violácea suave).
Gris de gaivota (gris suave da gaivota).
Gris de ferro (escuro pardo).
Gris-ostra gris-huitre, em francês), (pardoso).
Gris-orange (referência às nuvens escuras antes da tempestade).
Gris-pomba (gris azul).
Gris de Payne (resultante da mescla; ultramar, ocre e preto).
Gris de Prata (azul pálido).
Gris Souris (referência à pele de rato da campina).
Gris Toupeira (pardo da pele da toupeira).
Continua a haver outras grises, com denominações específicas:
Areia (gris amarelado claro, quente).
Cinza (gris pálido, com tendência para o neutro denso).
Maltês (referência ao gato maltês, gris azul).
Negro piçarra (gris muito escuro e apagado).
Névoa, nevoeiro, neblina (gris claro, suave).
Níquel (gris pálido e lustroso).
Nugrey (gris azul violáceo).
Rola (gris amarelado médio).
Cinza Claro 50% de luminosidade.
Cinza Neutro 31% de luminosidade

Branco e preto, e suas variantes.

 Define-se o branco como cor neutra, enquanto soma de todas elas. Em tais condições se acha também o preto, ou o cinza.


Entre os neutros, distingue-se o branco como sendo o neutro mais claro. A luz apresenta-se mais brilhante que o branco dos objetos e das tintas; neste contraste, o branco aparenta sinais de gris. Dentre as cores, o amarelo pálido é o que mantém maior número de afinidades com o branco; aproxima-se.
O branco gera comportamentos peculiares a que o pintor fica atento.


 As variedades do branco se criam pela introdução de algum outro elemento no mesmo. Podem ocorrer na direção do cinza, como ainda na direção de alguma cor.


Branco de Óxido de Magnésio 98% de luminosidade.
Branco de Papel, 95% de luminosidade.
Pérola, 84% de luminosidade.
Marfim, 84% de luminosidade.
Alumínio, 83% de luminosidade.
Branco-Gelo, 79% de luminosidade.
Branco de Barita, (referência ao sulfato de bário natural, que se encontra com veios, de coloração branca, rosa ou esverdeada, e que serve para a fabricação de tintas brancas). É um branco pesado.
Branco de Zinco (de óxido de zinco). Como cobre pouco e é transparente, semelhante é o branco da China.
Branco de prata, é um cromato de chumbo, análogo ao branco de zinco.
Branco de chumbo ou cerusa (cromato de chumbo). Como tinta cobre bem, assumindo aspecto opaco. Enegrece as tintas, deteriorando-as, quando bem mistura com sulfuretos e compostos de cádmio. Cerusa é o nome antigo de branco de chumbo. Alvaiade é o nome comercial dum carbonato básico de chumbo, com destino à fabricação de tintas à óleo, com o qual é misturada. Sua toxicidade o vai fazendo ser substituído por outros pigmentos brancos, por exemplo de zinco (alvaiade de zinco).
Branco Tintânio (referência ao elemento químico deste nome, de cor argentina). Sua tinta é opaca no cobrir e refrativa.
Gesso (referência a um produto obtido pela calcinação da gipsita e que volta a hidratar-se solidificando-se, servindo para modelagens). É um branco apagado.
Além disto, estão próximos do branco os amarelos claros, por exemplo amarelo creme.






O preto, por definição, é a ausência da luz e de cores. Resulta o preto nos corpos pela absorção por parte de todos os raios luminosos, sem refletir nenhum.


Misturada a tinta negra nas demais cores, tende a apagá-las. Faz perder sua pureza e brilho.
Negro do latim niger, é o nome da raça de cor preta, e nesta condição é palavra conotativa, inclusive quando significa cor. A negritude é provocada pelamelanina (do grego mélas = preto), substancia protetora, que a pele produz em baixa quantidade nos indivíduos bronzeados e em grande quantidade nos mais escuros.


 A mescla de elementos, introduz variantes no preto, quer na direção do cinzento, quer na de alguma cor. São mais conhecidos:


Preto de carvão, um negro profundo e aveludado.
Preto de osso, um preto pardoso.
Preto de fumaça, um preto pardacento amarelo escuro (bistre).
Preto marfim, de marfim calcinado. Levemente azul.
Preto piçarra, de ardósia. Um gris escuro apagado.
Preto de vinha, azulado.

Conclui-se a respeito das espécies de cores que elas se ordenam em quadro sofisticado, que, embora não se revele imediatamente de compreensão clara, desperta admiração. Fundamentalmente três categorias, estas agem com a volúpia das mais diversas miscigenações.



ENCICLOPÉDIA SIMPOZIO(Versão em Português do original em Esperanto)

Nenhum comentário:

Postar um comentário