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segunda-feira, 14 de abril de 2014

O BARROCO NA ESPANHA

  


A pintura espanhola se destaca a primeira vez a partir do barroco, numa época em que seu relacionamento político se estendia à Nápoles e à Holanda.


A partir do colonialismo espanhol o barroco se espalha por todas as suas colônias na América. Dali também penetra Portugal e Brasil.


Destacaram-se primeiramente como pintores barrocos da Espanha, Ribera e Zurbaran, seguidos depois por MuriloVelasquez.
Um certo realismo e impressionismo destes pintores influirá futuros modernistas.



 




Ribera (c.1588-1652), da província de Valência se transferiu jovem para Nápoles, então sob o domínio espanhol. Não retornando embora, muitos dos seus quadros foram enviados para a Espanha.
Sob a influência barroca de Caravaggio, foi, em uma primeira fase, um pintor realista e dramático, com vigorosa expressão. Estas qualidades bem se observam em seu Martírio de São Sebastião (Museu do Prado).


Inaugurou um novo período em 1635, quando deixou seu claro-escuro inicial e suas fortes pinceladas, em troca de um colorido mais suave e doce. A este estilo pertencem Adoração dos pastores (Louvre), Santa Inês (Desden), Anão coxo (Louvre), o curioso Retrato de uma mulher barbada (Toledo), A sagrada família com Santa Catarina (Metropolitan Museum of Art, N. York). Pinta figuras mitológicas, além de populares e da corte a que servia.



Zurbaran (1598-1664), da corte de Felipe IV. Em pintura foi místico, colorido, suntuoso, sóbrio em relação ao barroco, na segunda fase mais suave que na primeira. Preferiu temas religiosos como a Virgem e os Santos (São Tomaz, São Boaventura), penitentes. Em assuntos profanos: Trabalhos de Hércules.






Murilo (1617-1682), de Sevilha, por último viveu em Madrid. Seus quadros foram objeto da pilhagem napoleônica à época da invasão francesa da Espanha.
Gozou de grande popularidade no período da contra-reforma católica. A crítica não admite mais sua elevação ao mesmo nível de Zurbaran e de Velasquez. Afigura-se a arte de Murilo à de Corregio e antecipa elementos do rococó.
As vezes superficial e ingênuo, pintou com doçura, graça e simpatia os temas populares e cristãos. Embora realista, imprimiu um tom levemente místico à expressão.
É apreciável como exprimiu a ternura nos temas da infância de Jesus e de São João. Chamou-se-lhe mesmo (ainda que sem suficiente fundamento) de "Rafael Espanhol".
Caracteriza na tela tipos populares, como em Meninos comendo uvas e melão. Citam-se como notáveis: A Imaculada Conceição (Prado), A cozinha dos anjos (Louvre).





 



Velasquez (1599-1660), o maior pintor espanhol do século 17, esteve duas vezes na Itália (1629-31, 1649-51), evoluindo sob esta influência.
Um realista, não imprimiu sentimento místico às figuras; mas o seu realismo se exerce com sobriedade.
Impressionista embora, captou os objetos tais como se apresentam. O impressionismo se observa nas áreas coloridas, em que a luz cintila quase como pequenas vírgulas, ora nos bordados e galões, ora nas fitas e jóias, quando não na mesma pele. Seu impressionismo acentuou-se no final da vida e entusiasmava depois a Monet.
Orientando por esta linha realista e impressionista, Velasquez construiu os objetos da mitologia clássica em fisionomias espanholas.
Excelente retratista, os seus temas foram os da corte de Felipe IV, a quem retratou em diferentes oportunidades, as vezes individualmente, outras com a família. Tem-se apreciado As meninas (Prado, 1656), em que a Infanta Margarida aparece em primeiro plano e contrasta com as outras figuras; o virtuosismo é pictórico, sem sair do real e sem ingresso no místico.
Outras obras apreciáveis: A túnica de José (Escorial, 1630), A forja de Vulcano (Prado), As lanças ou A rendição de Breda (Prado, 1634-1635),Coroação da Virgem (Prado, 1641), Esopo (Prado, 1636).
Venus ao espelho (Londres, 1651), o único nu de Velasquez, tem sido interpretado como uma réplica a Tintoreto, mas conservando ainda a frescura do realismo e certo caráter fisionômico espanhol. A largura dos espaços lembra o ritmo das sucessões pictóricas e de formas de Tintoreto, sem dúvida.


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