CONTADOR

domingo, 13 de abril de 2014

PINTURA GREGA CLÁSSICA - SÉCULOS 5 a 4 a,C.





Derrotados os persas assim afastados da Grécia, inicia-se o grande desenvolvimento clássico da arte grega, inclusive da pintura. O clássico arcaico atinge agora a perfeição do clássico propriamente dito.
Preocupa-se o velho classicismo com os mínimos detalhes, no trançado das cestas, nos costados dos navios, nas formas de um trono, na disposição do cabelo, nas partes do corpo, nas escamas da serpente, nas finas plumas das aves, nas pregas dos vestidos. Ora já há nisto uma valorização do objetivo, contra o subjetivo. Este realismo se idealiza crescentemente.
O classicismo despe cada vez mais a figura humana, para pôr a atenção na expressividade do corpo nu. Mas as deusas nuas aparecerão apenas mais tarde, no período helênico.
Já não mais existem os quadros originais. Eles se reproduzem todavia nos vasos, dentre os quais são logo do início da pintura clássica o Vaso Francois(Museu do Louvre) e a Taça Sosias (Berlim), como o equilíbrio do estilo severo clássico.
No século 5 a.C. o ateniense Apolodoro deu um passo decisivo na pintura grega, sombreando as figuras, de sorte a superar a pintura plana mediante o tratamento dos volumes.
Relatou-se que Apeles conhecia as leis da composição do volume, da perspectiva e das relações de luz e sombra. Dele, porém, nada sobrou que chegasse até nós.
Deste tempo são também os nomes renomados de Zeuxis e Parrásio, que, sem serem de Atenas, ali trabalharam.
Outro famoso é Aristofonte. Mas dele, como dos demais, sobrou senão a notícia e a fama.
Também nada sobrou do eminente Polignoto de Tasos, de quem se sabe haver criado representações inspiradas nos poemas homéricos, como as cenas da tomada de Tróia. Mas estas foram transpostas para as pinturas de vasos, por cujo através chegaram até nós. Entre outras se mencionam as da Cratera de Orvieto, depois levada para Leningrado (São Petersburgo).
Nícias de Atenas (século 4 a.C.), que trabalhou para Praxíteles, teve a sorte de permanecer numa cópia de Pompéia que se lhe atribui. Trata-se daLibertação de Andrômeda por Perseu (Museu de Nápoles). A tradição é do 5-o século. Utilizou a técnica do claro e do escuro. Os desenhos dos vasos mostram o conhecimento da perspectiva e do espaço. Revelam expressão e graciosidade.
Este tipo de pintura chegou abundantemente até nós, imitando recursos similares aos dos afrescos, sutis. Falam bem alto da situação das artes na Grécia. Iniciada a cerâmica decorada em Creta, continua no continente a oferecer os mesmos espetáculos de gosto artístico, com novos motivos ornamentais, sempre mais complexos, ainda que não se desenvolvam os esmaltes e as cores.
Sobretudo Atenas se especializou. Primeiramente criou os vasos em figuras negras" (660-500 a.C.), ainda com a severidade arcaica e subordinadas a planos sucessivos. Depois apresentou os vasos "em figuras vermelhas" cada vez mais desenvoltas e se libertando do enfileiramento horizontal.


São modelos ilustrativos da pintura da Grécia clássica, anterior ao período helênico, ainda sobrantes desse tempo:
Cratera de Francois (recipiente de vinho achado por Francois, de 66 cm de altura, 1,81m. de círculo, Museu Arqueológico de Florença) é digna de especial apreciação. Define-se como "Bíblia ilustrada dos gregos", porque nela estão 250 figuras, em 15 cenas, divinas e heróicas, homéricas.
Pintada por Clissia, data de 550 a.C., no estilo de figuras negras, um tanto severas, do tipo da cerâmica ática.



Os Infernos (370 a.C.) é uma cratera muito apreciável, decorada em estilo apúleo, da Magna Grécia (sul da Itália), que imita o estilo ático, em graciosos traços, floridas cores, com decorações que vão ao sobrecarregado pelo número e pela maior variedade de cores.
As cenas são mitológicas e se inspiram no teatro grego. As figuras são plásticas, umas; ricamente vestidas, outras.




Koré, estatueta de mármore, fragmento de 70 cm., dos fins de 500 a.C., um raríssimo exemplo, do uso grego, que pintavam as estátuas. Suas vestes mui graciosas conservam o verde de uma das áreas e o claro da mantilha que desce de um dos ombros. Há uma visível preocupação estética na distribuição das dominâncias das áreas de cor.
No que diz respeito colorirem os gregos suas estátuas, não se guiaram por falso caminho, porque a arte da cor não pertence apenas às superfícies planas. O colorido das estátuas das igrejas cristãs remonta à antiguidade grega, como também o colorido da arquitetura.


Nenhum comentário:

Postar um comentário