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sábado, 12 de abril de 2014

O QUE É COR?

A cor, por si só, ainda não é a arte da pintura. Há cores nos objetos, nas plantas, no espectro, no arco-íris, nas latas de tinta expostas nos armazéns.No momento em que a cor transcende a capacidade material e se ergue a nos falar, principia a arte. Esta cor se torna portadora de expressão. A cor portadora é um significante. A expressão é um significado.No seu instante estático, como a das tintas aplicadas à superfície de uma tela, a expressão em cor se diz arte da pintura. Mas, suponhamos que as cores ingressem em movimento de substituição, como sucede no cinema e na televisão, continua a haver fundamentalmente uma arte da pintura, todavia em aliança com outras artes.

Há uma filosofia geral da arte e uma filosofia especial da arte. Trata a filosofia geral da arte os temas de interesse de todas as artes em conjunto, como por exemplo do conceito mesmo da arte como expressão. Mostra ainda como as diferentes matérias distinguem as artes em espécies, como pintura, escultura, música, linguagem.A filosofia geral da arte importa aqui apenas, enquanto fornece conceitos que agora já não mais compete discutir, mas apenas relembrar, para com eles estar coerentes. Divergências que lá tenham existido podem ser mencionadas, em casos especiais, como alternativas, e de que deveremos estar conscientes.A filosofia especial especial da arte trata uma a uma as diferentes artes. Neste sentido estamos situados aqui em uma filosofia especial, a qual é a da arte que exprime por meio de cores. 

O instante material da cor. A estética da pintura como arte não se exerce a respeito do instante material da cor, quando esta é apenas portadora, isto é, apenas um significante. Contudo, é preciso estudar esta cor em si mesma, a fim de, a partir dela criar a expressão. Importa situar-nos no momento antes que a cor se converta em expressão, antes que ela transcenda transcenda a si mesma e se converta em arte. Aprendamos a viver a cor nos instantes em que é apenas cor.Uma ciência da cor (ou teoria da cor) examina esta qualidade nos seus instantes de determinação absoluta pré-artística, pré-estética. O mesmo acontece com o som que se aproveita para a expressão musical; uma ciência do som (teoria do som) se requer para o conhecimento preliminar do mesmo

Ainda que o artista estude primeiramente a cor e o som em si mesmos, do ponto de vista da física, da gnosiologia e da psicologia, - este estudo teórico não o faz senão funcionalmente, enquanto, como elementos portadores, se prestam à arte. É assim que estuda a cor como matéria da pintura, o som como matéria da música, a forma como matéria da escultura. A ciência da cor reúne várias secções, das quais uma é a física da cor, a outra a gnosiologia da cor, enfim, uma outra a psicologia da cor (inclusive psicodinâmica da cor). Os esclarecimentos teóricos obtidos por tais ciências, passam a ser colocados a serviço da expressão artística.Semelhantemente, há uma física do som, uma gnosiologia do som, uma psicologia do som (inclusive psicodinâmica do som). Aquilo que se denomina vulgarmente de teoria musical, consiste quase integralmente em psicologia do som; ainda que pragmaticamente esta teoria musical se destine ao músico, ela não passa de uma preliminar à mesma música. 







Já se vê que a filosofia da arte da cor não visa ao estudo em si mesmo da cor fisicamente, nem gnosiologicamente, nem mesmo psicologicamente. Pressupõe tudo isto, para, em um novo tempo, aproveitar esta cor como base material da expressão artística.Seja lembrada aqui a divisão das ciências em teóricas e formais (lógica, administração, técnica).As ciências teóricas estudam as coisas como entidades. As ciências técnicas, aproveitando as entidades conhecidas, as colocam no fluxo de um sistema com vistas a resultados.Neste sentido a arte é uma técnica, porque põe elementos em sistema para obter a expressão. Consequentemente, uma boa arte, por exemplo, a pintura, requer o conhecimento preliminar do material aproveitado, por exemplo, a cor.Ainda que o artista se preocupe com o objetivo final principal da expressão, poderá determinar os elementos de que esta expressão necessitou. Assim é que uma ordem interna do estudo da arte principia pela expressão, o estudo desta acaba retornando ao elemento material portador para um exame teórico dos elementos explicativos que a geraram.

A cor, ao tomar movimento, ultrapassando ao seu momento estático, obtém novas e grandes possibilidades de expressão. Nesta transcendência da pintura, se encontram o cinema, o teatro, a televisão e mais formas eletrônicas da imagem colorida.Note-se que em algumas artes a cor se associa à outras espécies de expressão. É este aliás bem o caso do teatro, bem como o da estátua colorida. Nestes casos as denominações se tornam difusas.Artes em cor é a expressão coletiva que reúne todas as espécies de expressão do gênero.

Pesquisa na Enciclopedia SYMPOZIO - Versão em poeruguês do original em Esperanto

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